A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançou 44,62 milhões de toneladas na primeira metade de agosto, com retração de 4,20% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021 – 46,58 milhões de toneladas. O estado de São Paulo registrou uma moagem de 26,04 milhões de toneladas (-5,05%) e nos demais estados da região Centro-Sul a quantidade processada alcançou 18,58 milhões de toneladas (-2,99%).
Desde o início do ciclo 2021/2022 até a primeira metade de agosto, a moagem acumula queda de 6,70%. Nesse período, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas atingiu 349,46 milhões de toneladas, ante 374,57 milhões de toneladas mesmo período do último ciclo agrícola. Em relação ao número de usinas em operação, 258 empresas registraram produção até dia 16 de agosto, contra 265 unidades industriais em igual data do último ano. Na última quinzena, uma nova unidade iniciou a safra.
No acumulado do ciclo agrícola atual a retração na produtividade agrícola é de 12,8%, com 86,1 toneladas por hectare registradas no último ano vis-à-vis a 75,1 t/ha observadas na safra atual. A primeira e segunda geada ocorrida nos meses de inverno afetaram cerca de um milhão de hectares, o que representa cerca de 11,9% da área disponível para colheita na safra 2021/2022, ou 26,9% da área a ser colhida até o final do ciclo agrícola atual.
O diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Antonio de Padua Rodrigues, explica que “a queda de produtividade mais intensa em julho e agosto já era esperada, pois nesse período foi colhida muita cana impactada pela geada. O fenômeno climático exigiu uma alteração significativa na dinâmica da colheita, prejudicando ainda mais o rendimento da lavoura colhida”.
O executivo complementa dizendo que “em uma pesquisa realizada junto aos produtores da região Centro-Sul constatou-se que a oferta de cana-de-açúcar esperada para a safra 2021/2022 deve ser de 530 milhões de toneladas, com viés de baixa, tendo em vista o impacto ainda incerto da terceira geada e dos focos de incêndio que estão sendo observados nos últimos dias”.
Produção de açúcar e de etanol
Na primeira metade de agosto, 46,84% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 47,69% registrados na mesma data de 2020. A produção do adoçante retraiu 7,48% na última quinzena e atingiu 2,99 milhões de toneladas fabricadas, ante 3,24 milhões de toneladas verificadas em igual período do ano anterior.
O volume fabricado de etanol alcançou 2,22 bilhões de litros na primeira quinzena de agosto. A priorização permanece sendo dada para o etanol anidro, cujo volume produzido foi de 922 milhões de litros, alta de 28,17% em relação a mesma quinzena do último ciclo agrícola. A produção de etanol hidratado registrou 1,3 bilhão de litros fabricados (-16,99%).
No acumulado desde o início da safra 2021/2022, a produção de açúcar alcançou 21,32 milhões de toneladas, contra 23,05 milhões de toneladas verificadas na mesma data do ciclo 2020/2021. A fabricação acumulada de etanol, por sua vez, totalizou 16,41 bilhões de litros, sendo 6,21 bilhões de litros de etanol anidro e 10,20 bilhões de litros de etanol hidratado.
Vendas de etanol
Nos primeiros 15 dias do mês de agosto, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram um total de 1,15 bilhão de litros de etanol, registrando retração de 5,2% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021. Do total comercializado em julho, 52,08 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 1,1 bilhão de litros vendidos domesticamente.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 675,97 milhões de litros na primeira metade de agosto, com redução de 12,29% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (770,68 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou aumento de 12,18%, com 426,42 milhões de litros vendidos em 2021 contra 380,12 milhões de litros em 2020.
No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 16 de agosto, o volume de etanol comercializado pelas empresas do Centro-Sul acumula crescimento de 5,47%, somando 10,93 bilhões de litros. Desse total, 649,51 milhões de litros foram destinados à exportação (queda de 20,53%) e 10,28 bilhões ao mercado interno (aumento de 8,24%).