Tribuna Ribeirão
Economia

Brasileiro gasta R$ 209,12 com alimentação

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

A análise por alimentação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada nesta quinta-feira, 19 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE), constatou que a despesa per capita (por indiví­duo) mensal no Brasil estava em R$ 209,12. A área urba­na contribuiu com R$ 186,28 (89,1%), enquanto a zona rural ficou com R$ 22,84 (10,9%).

A região que mais contri­buiu para a renda mensal por pessoa foi o Sudeste (45,7% da média ou R$ 95,47), quase o dobro do Nordeste (23,4% ou R$ 48,89). Segundo o IBGE, o grupo de faixa etária compre­endida entre 25 e 49 anos de idade contribuía à época para o valor médio da despesa com alimentação com R$ 101,45, ou 48,5% da média.

A despesa per capita men­sal foi maior entre as pesso­as com carteira assinada (R$ 50,66), fora da força de tra­balho (R$ 53,32) e por conta própria (R$ 42,58). Na com­posição da média da despesa per capita com alimentação, observa-se que a contribuição era 62,3% (R$ 130,18) na par­cela da população formada por famílias cuja pessoa de refe­rência era homem, enquanto famílias que tinham uma mu­lher como referência contribu­íam com 37,7% (R$ 78,94).

A análise por diferentes ar­ranjos familiares mostra que a parcela da população com­posta pelas famílias formadas por mais de um adulto com ao menos uma criança contribuiu com 35,5% (R$ 74,33) do valor da média per capita com a des­pesa de alimentação, enquan­to a formada por mais de um adulto sem criança contribuiu com 33,1% (R$ 69,23).

A despesa mensal por in­divíduo dentro do domicílio somou R$ 147,45, de acordo com a POF 2017-2018, dividi­dos entre R$ 129,47 na área ur­bana e R$ 17,98 na área rural. A análise regional mostra que o Sudeste apresentou a maior despesa per capita mensal com alimentação dentro de casa, de R$ 66,32, com maior concen­tração na faixa etária de 25 a 49 anos de idade (R$ 67,89).

A diferença do gasto per capita mensal é pequena en­tre famílias com pessoa de referência da cor branca (R$ 73,50) e de pretos e pardos (R$ 71,38), indica a pesquisa do IBGE. Entretanto, o gasto mensal por indivíduo é bem maior para famílias lideradas por homens (R$ 90,48) do que por mulheres (R$ 56,97). Por arranjos familiares, a des­pesa mensal por pessoa com alimentação no domicílio é maior para famílias com mais de um adulto com pelo menos uma criança (R$52,54) e com mais de um adulto sem criança (R$ 46,45).

Fora do domicílio
Por outro lado, a despesa per capita mensal com alimen­tação fora de casa somou, no período analisado, R$ 61,68, dos quais R$ 56,81 na locali­zação urbana e R$ 4,87 na área rural. De novo, destaque para o Sudeste do país, com contri­buição de R$ 29,14. Predomi­nou nesse tópico a faixa etária entre 25 e 49 anos de idade (R$ 33,57). A despesa mensal por pessoa com alimentação fora de casa foi maior para quem ti­nha ensino superior completo (R$ 20,79).

Por forma de aquisição, a maior contribuição para o gasto per capita mensal com alimentação fora do domicílio foi encontrada entre os empre­gados com carteira (R$ 16,91) e por conta própria (R$ 12,10). A pesquisa evidencia também que, no caso da média Brasil, a despesa per capita com ali­mentação no domicílio contri­buía, à época, com 70,5% para a média, enquanto a alimenta­ção fora do domicílio contri­buía com 29,5%.

Segurança alimentar
No Brasil, no período de referência da pesquisa, o per­centual da população que vi­via em domicílios identifica­dos com o grau de segurança alimentar (SA) era de 59%, contra 41% que conviviam com algum grau de restrição para acesso a uma alimenta­ção em quantidade e varieda­de desejadas.

Com grau de insegurança alimentar leve foram identi­ficados 27% dos domicílios. As casas onde a qualidade e a quantidade desejada em rela­ção aos alimentos já estavam comprometidas alcançavam 13,9%. Por localização geográ­fica, 52% da população brasi­leira viviam em áreas urbanas e em domicílios com o grau de segurança alimentar (SA). Na área rural, esse percentual che­gava a 7,1%.

A POF apurou que o per­centual da população que vi­via em domicílios nos quais o padrão da alimentação foi considerado bom era 58,3%, contra 35,9% com avaliação satisfatória e 5,8% com ava­liação ruim. Entre os 41% da população que residiam em domicílios com insegu­rança alimentar, 28,4% eram integrantes de famílias com a pessoa de referência preta ou parda e 12,1% de famílias cujo responsável era branco.

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