Tribuna Ribeirão
Saúde

Ministério da Saúde admite necessidade de terceira dose

Foto: Guilherme Sircili

A secretária de Enfrenta­mento à Covid-19 do Minis­tério da Saúde, Rosana Leite Melo, admitiu na segunda-fei­ra, 16 de agosto, em comissão do Senado, a necessidade de que parte da população brasi­leira receba uma terceira dose da vacina contra o coronaví­rus. Governos locais já pla­nejam o reforço para idosos, paralelamente à vacinação de adolescentes, e pedem aval do Ministério da Saúde.

Nas últimas semanas, os casos de internação e morte de idosos vacinados com duas doses levantaram o debate so­bre a necessidade de aplicação de uma terceira dose nessa fai­xa etária, já adotada em países como Israel e Chile. Um estu­do da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) projetou aumento de internações de idosos com mais de 80 anos nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

As ocorrências de infecções não indicam que as vacinas não funcionam, mas podem significar redução da proteção provocada pelos imunizantes ao longo do tempo em ido­sos “Em determinadas faixas etárias, para determinados imunizantes, realmente está diminuindo essa proteção (das vacinas)”, disse Rosana.

A pasta calcula entre qua­tro e cinco milhões de idosos com mais de 80 anos no Brasil. Ela citou o exemplo dos Esta­dos Unidos que, na semana passada, autorizaram a ad­ministração da terceira dose de vacinas Pfizer e Moderna a imunodeprimidos. Rosana destacou o avanço da variante Delta, que fez mudar o cená­rio no Brasil há uma semana.

De modo geral, segundo a secretária, ainda não há au­mento de internações no país, mas situações “pontuais”. O ministério tem recebido re­latos de governos estaduais atentos ao problema. A pasta analisa qual imunizante seria usado para a terceira dose e a possibilidade de intercambiar vacinas. Um estudo da Saú­de iniciado ontem vai testar a resposta imune de pessoas va­cinadas com a Coronavac após receber uma dose de reforço.

A Comissão Temporária da Covid-19 no Senado discutiu es­pecificamente a necessidade de aplicar a terceira dose em idosos. Para a pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, que tam­bém participou da audiência no Senado, dados atuais mostram aumento de internações de ido­sos. O país, adverte ela, “tem de estar aberto à dose de reforço e precisa definir grupos prioritá­rios”. Ela defende que pessoas acima de 70 anos vacinadas com imunizantes de vírus inativado, como a Coronavac, profissionais de saúde e pessoas com imuno­deficiências sejam as primeiras a receber a dose extra. “O Rio de Janeiro já está hospitalizando gente que tomou as duas doses.”

Indagado sobre a necessida­de de dose de reforço, o governo paulista informou que discute semanalmente as ações de va­cinação no Estado e trabalha “com a possibilidade da vacina­ção anual”. Sem detalhar os da­dos por faixa etária, o governo aponta queda de 8% nas hospi­talizações. Na capital paulista, a decisão de aplicar a dose de reforço vai seguir definição do Ministério da Saúde, segundo o secretário Edson Aparecido.

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