O governo municipal acertou em adiar a flexibilização das medidas de enfrentamento da pandemia de Covid-19, mantendo parte das restrições para evitar a disseminação da variante Delta do coronavírus, mas errou ao suspender, por decreto, o trabalho remoto no serviço público municipal.
Os indicadores epidemiológicos mostram que Ribeirão Preto está em uma curva ascendente na média móvel de casos, o que, evidentemente, impõe o aumento das restrições à circulação de pessoas, não o contrário. É verdade que a taxa de mortalidade da Covid tem se mostrado menor. Mas, em contrapartida, o contingente populacional infectado permanece aumentando, o que sobrecarregará as UTIs e enfermarias dos nossos hospitais.
O governo, depois de ver contido o seu entusiasmo quase juvenil de tentar reabrir as escolas municipais com a epidemia ainda em marcha, foi prudente ao acatar os argumentos do Sindicato dos Servidores para o retorno às atividades presenciais apenas após a vacinação integral dos trabalhadores da Educação.
Vivemos um tempo estranho, onde alguns negam até mesmo o formato circular do planeta. Trata-se de um momento em que políticas públicas são motivadas por achismos e populismos. Num tempo assim, chega a ser esperançoso que governo concorde com os trabalhadores em definir o funcionamento do espaço público baseado na ciência.
Mas, diante das evidências científicas disponíveis, a decisão acertada de adiar a volta às aulas deve ser ampliada para outras áreas do funcionalismo onde o trabalho remoto mostrou-se eficiente, efetivo e necessário.
Não se pode perder de vista que o avanço da variante Delta em Ribeirão Preto é uma situação quase que incontornável, pois a vacinação da população ainda anda muito aquém da velocidade do vírus. O coronavírus não precisa, não deve e não pode ficar de fora de qualquer controle no serviço público municipal.
Não podemos permitir que um surto de Covid-19 entre os servidores públicos e trabalhadores que exercem atividades profissionais relacionadas ao serviço público municipal ocorra nos próximos dias. Por isso estamos requerendo hoje que cada Secretaria Municipal (administração direta) ou órgão da administração indireta do município adote, com urgência, uma atuação preventiva frente a nova variante Delta do coronavírus.
Só a prevenção salva vidas humanas e empregos, proporciona melhores condições de vida e trabalho e economiza bilhões de reais com internações, medicamentos e perda de eficiência da máquina pública. É hora de ampliar os cuidados e não de abandoná-los!