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Energia puxa a alta da inflação

© Arquivo/Agência Brasil

A inflação medida pelo Índi­ce Nacional de Preços ao Con­sumidor Amplo (IPCA) fechou julho com alta de 0,96%, ante um avanço de 0,53% em junho. Os dados foram divulgados nes­ta terça-feira, 10 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mes­mo período de 2020, ficou em 0,36%. A taxa acumulada neste ano é de 4,76%.

Como consequência, a taxa acumulada pelo indexador em doze meses acelerou de 8,35% em junho para 8,99% em ju­lho, ante uma meta central de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto para cima ou para baixo (de 2,25% a 5,25%).

A alta de 0,96% em julho foi o maior resultado para o mês des­de 2002, quando subiu 1,19%. Também é a mais elevada deste ano. O resultado fez a taxa de inflação em doze meses atingir o maior patamar desde maio de 2016, quando estava em 9,32%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, indexa­dor oficial da inflação no Brasil, fechou o ano passado com avan­ço de 4,52%, também o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta per­seguida pelo BC, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Diversos fatores explicam os aumentos de preços na eco­nomia, como o reajuste de itens monitorados e o repasse por empresários da alta de custos para o consumidor final, afir­ma André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. Segundo ele, ainda não é possível mensurar se há pressão de demanda sobre a inflação medida pelo IPCA.

“São diversos os fatores que influenciam no movimento de preços. Existe a questão de re­passe de custos, altas de energia elétrica, combustíveis, gás. Isso tudo pode influenciar lojista e empresário a repassar esse au­mento de custos para o consu­midor final”, diz Almeida. “O mês de julho teve influência, principalmente, da alta da ener­gia elétrica, gás, combustíveis, passagens aéreas”, completa.

INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,02% em julho, após um avanço de 0,60% em junho, segundo dados do IBGE.

Como resultado, o índice acumula uma elevação de 5,01% no ano. A taxa em doze meses é de 9,85%. Em julho de 2020, o INPC tinha sido de 0,44%. O INPC mede a variação dos pre­ços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

Construção
O Índice Nacional da Cons­trução Civil (Sinapi) registrou inflação de 1,89% em julho des­te ano. O índice apresentou uma queda em relação à da taxa de junho (2,46%), mas teve alta na comparação com julho de 2020 (0,49%). Segundo o IBGE, o Si­napi acumula taxas de 13,49% no ano e de 22,6% em doze me­ses. Com isso, o custo da cons­trução por metro quadrado che­gou a R$ 1.448,78 em julho.

Energia é a vilã da inflação em julho
O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,43% em junho para um au­mento de 0,60% em julho, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), di­vulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 10 de agosto.

O grupo contribuiu com 0,13 ponto percentual para a taxa de 0,96% do IPCA no mês. A alimentação no domicílio acelerou o ritmo de elevação de 0,33% em junho para 0,78% em julho. As famílias pagaram mais pelo tomate (18,65%), frango em pedaços (4,28%), leite longa vida (3,71%) e carnes (0,77%).

Por outro lado, os preços caíram para a cebola (-13,51%), batata-inglesa (-12,03%) e arroz (-2,35%). A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,66% em junho para 0,14% em julho, com aumentos mais brandos no lanche (0,16%) e na refeição fora de casa (0,04%).

Habitação
As famílias brasileiras gasta­ram 3,1% a mais com Habitação em julho, uma contribuição de 0,48 ponto percentual para a taxa de 0,96% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo. Foram registrados aumentos nos preços do gás de botijão (4,17%) e do gás encanado (0,48%).

As famílias também gastaram mais com aluguel residencial (0,93%), condomínio (0,66%) e taxa de água e esgoto (0,33%). A energia elétrica subiu 7,88%, após já ter aumentado 1,95% no mês anterior. O item teve o maior impacto individual sobre o IPCA de julho, uma contribuição de 0,35 ponto percentual.

Houve manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 2 na passagem de junho para julho, mas o valor adicional cobrado sobre as contas de luz foi reajustado em 52% a partir de 1º de julho, passando a uma cobrança extra de R$ 9,492 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, ante um acréscimo anterior de R$ 6,243.

Transportes
Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma elevação 0,41% em junho para uma alta de 1,52% em julho, um impacto de 0,32 ponto percentual sobre a taxa de 0,96%. A principal pressão foi das passagens aéreas, com aumento de 35,22% e impac­to de 0,10 ponto.

Também houve aumentos de preços no transporte por apli­cativo (9,31%), ônibus urbano (0,38%) e ônibus intermunicipal (0,34%). Os combustíveis su­biram 1,24% em julho, ante alta de 0,87% em junho. A gasolina aumentou 1,55% em julho, contribuindo com 0,09 ponto porcentual para o IPCA do mês. O etanol recuou 0,75%, enquan­to o óleo diesel subiu 0,96%.

Houve aumentos também nos automóveis usados (2,23%), motocicletas (1,41%) e automó­veis novos (0,54%), contribuindo conjuntamente com 0,07 ponto percentual no IPCA de julho. O pedágio aumentou 5,01%, in­fluenciado por reajustes em São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

Saúde
As famílias gastaram 0,65% a menos com Saúde e cuidados pes­soais em julho, o equivalente a um impacto de -0,09 ponto percentual na inflação de 0,96% medida pelo IPCA no mês. A queda foi puxada pela redução de 1,36% no item pla­no de saúde, com impacto de -0,05 ponto. É decorrente do reajuste de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 8 de julho, com vigência retroativa a maio de 2021 e cujo ciclo se encerra em abril de 2022.

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