Tribuna Ribeirão
Geral

PEC será votada hoje na Câmara

© Antonio Augusto/Ascom/TSE

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP­-AL), incluiu na pauta de vo­tação do plenário da Casa de Leis desta terça-feira, 10 de agosto, a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, que tor­na obrigatório o voto impresso, a PEC do Voto Impresso.

Apesar de ter sido rejei­tada em comissão especial na última sexta-feira (6), por 22 votos a onze, Arthur Lira decidiu colocar a proposta em votação pelo plenário. Segundo o parlamentar, os pareceres de comissões espe­ciais não são conclusivos e a disputa em torno do tema “já tem ido longe demais”.

“Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos le­var a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitima­mente pela urna eletrônica vão decidir”, diz.

“Para quem fala que a de­mocracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e repre­sentativo que deixar o plenário manifestar-se”, declarou Lira ao anunciar a votação pelo plenário. “Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema, porque o plenário é nossa alçada máxima de deci­são, a expressão da democra­cia. E vamos deixá-lo decidir”.

Os deputados analisarão o texto original da PEC, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF). A proposta prevê a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor” inde­pendentemente do meio em­pregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.

Com a análise em plená­rio, a PEC do Voto Impresso precisa ser aprovada por três quintos dos deputados, o cor­respondente a 308 votos favo­ráveis dos 513 possíveis, em dois turnos de votação. Caso seja rejeitada, a matéria será arquivada. Se a for aprovada pela Câmara, o texto segue para apreciação do Senado, onde também deve ser anali­sado em dois turnos e depende da aprovação de, pelo menos, 49 dos 81 senadores.

Apesar de acreditar que “as chances de aprovação podem ser poucas”, Lira disse ter con­versado com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e obtido o compromisso de que o resultado da votação será respeitado. “Nossa expectativa é que os Poderes acatem com naturalidade e respeitem (o re­sultado do plenário)”, declarou em entrevista à Rádio CBN.

“O presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do plenário. Temos uma média de 15 ou 16 par­tidos contrários ao voto im­presso, acho que as chances de aprovação podem ser poucas”, disse o presidente da Câmara. Ao defender a participação de seu partido, o Progressistas, no governo, Lira também contra­riou o presidente Bolsonaro e afirmou que só atua “dentro dos limites” da Constituição. “Nós jogamos dentro das qua­tro linhas”, declarou.
“Todas as vezes que se tor­nar necessária a intervenção nossa, nós iremos fazer.” Na semana passada, Bolsonaro ameaçou ultrapassar os limites constitucionais ao comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribu­nal Federal (STF), de incluí-lo no inquérito das fake news.

Já Bolsonaro admitiu, na manhã desta segunda-feira (9), que a PEC do voto im­presso pode ser derrotada no plenário da Câmara. De acor­do com o chefe do Executivo, “se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser der­rotada”, afirmou em entrevis­ta à Rádio Brado (BA).
Em entrevista a O Antago­nista, o presidente da Câmara também afirmou que a pro­posta de voto impresso é mui­to menos importante do que os principais assuntos na pau­ta do Brasil, entre eles, o novo programa social Auxílio Brasil, a questão dos precatórios, as reformas tributária e adminis­trativa, bem como questões ambientais “muito graves”.

“Todos os parlamentares que estão na Câmara foram eleitos pela urna eletrônica. Particularmente tenho oito eleições. Seis delas, na urna eletrônica. Tenho dito sempre que nós que fomos e somos eleitos por ela não podemos estar contestando um sistema que funciona e até o momen­to não houve nenhum tipo de maiores esclarecimentos sobre fraudes”, disse Lira.
Entretanto, o presiden­te da Câmara disse que não descarta alterações sobre o sistema eleitoral que possam tornar a auditoria dos votos mais clara à população. Entre as medidas, Lira destacou a ampliação dos atuais progra­mas de auditagem das urnas para 1,5 mil ou 2,5 mil, dos atuais 400 aparelhos.

Nas últimas eleições presi­denciais, em 2018, cerca de 100 urnas participaram do progra­ma de checagem. Em contras­te, Arthur Lira destacou que caso seja aprovada a compro­vação de voto, a medida teria de valer para 100% das urnas.

Arthur Lira também classi­ficou como uma “trágica coin­cidência” a realização de desfile militar nesta terça-feira (10), mesmo dia da votação da PEC, convocado pela Marinha nos arredores do Congresso Na­cional, em Brasília. Segundo informou a Força Armada, em nota, um comboio de veículos militares blindados fará parte de exercício militar, a Opera­ção Formosa, promovido pela Marinha e que pela primeira vez contará com a participação do Exército e da Força Aérea.

Postagens relacionadas

Exército defende declarações de general

Redação 1

Entenda novas orientações sobre quarentena de quem está com covid-19

William Teodoro

Larga Brasa

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com