A atividade de venda do comércio físico brasileiro cresceu 6,2% na semana do Dia dos Pais – de 2 a 8 de agosto – no comparativo com o mesmo período do ano passado. Esse é o maior crescimento desde 2011, quando o índice marcou alta de 8,8%. De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, é preciso levar em consideração a base comparativa do indicador – de 3 a 9 de agosto de 2020 –, que teve queda de 10,6%.
“Embora o feriado tenha marcado aumento este ano, é necessário observar o contexto do dado, já que o tombo registrado em 2020 reflete um período restritivo no varejo relacionado a pandemia e faz com que a alta se torne, na verdade, uma recuperação parcial”. A análise que considera apenas o final de semana da data comemorativa no Brasil em 2021 – de 6 a 8 de agosto – em comparação a 2020 – de 7 a 9 de agosto – registrou alta de 4,5%.
Também ficou abaixo do volume do Dias dos Namorados, de 13,7%, em junho. Segundo levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), ligado ao Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP), os lojistas ribeirão-pretanos projetam aumento de vendas entre 4% e 6%, em comparação com o mesmo período de 2020.
O tíquete médio era estimado em R$ 200. Além disso, a expectativa era que o consumidor ribeirão-pretano gastasse 25% a mais na compra do presente dos Dia dos Pais. A alta ocorre por causa do aumento generalizado de preços desencadeado pela crise da covid-19. Uma das principais datas do varejo no segundo semestre, o Dia dos Pais deve aquecer as vendas do setor.
Em agosto, por causa do Dia dos Pais, o varejo do Estado de São Paulo deve apresentar um aumento de vendas 14,2% acima do registrado no mesmo período do ano passado, segundo projeção realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A previsão de alta, no entanto, não será puxada pela data, mas por atividades como veículos e autopeças e materiais de construção. Conforme explica a entidade, normalmente a sazonalidade de agosto é inexpressiva no varejo estadual, com crescimento médio mensal ao redor de 2%, que deve ser a variação ante julho de 2021.
No entanto, ao analisar apenas as atividades que têm alguma correlação com o Dia dos Pais, o nível de faturamento tende a mostrar um crescimento de 6% ao longo de todo o mês, atingindo R$ 41 bilhões, o que representa um aumento de R$ 2,3 bilhões em comparação ao observado em agosto do ano passado.
Na avaliação da FecomercioSP, fatores como flexibilização quase plena do horário para funcionamento das lojas, necessidade de recomposição de demanda e auxílio emergencial, somados às melhores condições para o aumento do nível de gastos no varejo, devem proporcionar o incremento de R$ 8,7 bilhões na receita real do comércio, em comparação ao mesmo mês de 2020.
O tíquete médio das famílias paulistas com despesas nesses setores deve atingir R$ 2.638,79, estima o estudo, o que representa uma elevação de cerca de R$ 112 por família, 4,5% maior do que em agosto de 2020, em razão, principalmente, da continuidade no aumento de aquisição de alimentos e produtos de higiene e de roupas.
A previsão é que o crescimento seja liderado pelo segmento de veículos e autopeças, correspondendo a 37,6%, seguido de materiais de construção (37,4%), outras atividades – nas quais predominam a venda de combustível (22,6%) – e lojas de vestuário, tecidos e calçados (20,1%). No sentido oposto, farmácias e perfumarias e lojas de móveis e decoração tendem a registrar quedas de movimento ante agosto de 2020.