Tribuna Ribeirão
Cultura

Tensão e desafios em terra firme e em alto-mar

Por Eliana Silva de Souza

Cauã Reymond fala sobre a série ‘Ilha de Ferro’, que ele protagoniza e que estreia nesta segunda-feira, 9, na Globo

Viver em dois mundos, cada um com desafios e emoções em alto grau para testar seus personagens. Em Ilha de Ferro, série que está no Globoplay e que estreia nesta segunda, 9, na Globo, os autores Max Mallmann e Adriana Lunardi mostram os conflitos pessoais e profissionais de trabalhadores de uma plataforma de petróleo, a PLT-137.

Se a convivência diária em alto-mar é um teste para homens e mulheres, em terra não é muito diferente, com as relações conflituosas e intensas. Com direção de Afonso Poyart, conta com Cauã Reymond, Sophie Charlotte, Maria Casadevall, Klebber Toledo, Jonathan Azevedo, Osmar Prado, entre outros nomes, no elenco.

“Foi um projeto desafiador”, diz Cauã Reymond, que interpreta Dante, engenheiro especialista em produção.

Aos 41 anos, o ator tem esse projeto como “um presente”. “Já era fã do trabalho do Afonso Poyart, e sou fã das minhas parceiras principais, a Sophie Charlotte e a Maria Casadevall, que são duas atrizes incríveis”, afirma.

Personagem forte e rodeado por conflitos, Dante não tem muitos momentos para sorrisos, seja em alto-mar ou em terra firme. “Não penso muito nos meus personagens sorrindo ou não. Eu sorrio se faz sentido dentro da dramaturgia ou do que eles estão sentindo. Como o Dante estava sempre em situações-limite, ali não cabia muito humor.”

Tais momentos podem ser vistos, por exemplo, quando Dante enfrenta o irmão e causa um grave acidente, ou quando chega à plataforma a engenheira Júlia (Casadevall), que assume o posto que deveria ser dele, ou ainda quando enfrentam uma terrível tempestade, paralelamente a problemas com um dos trabalhadores, um homem agressivo.

A trama de Ilha de Ferro, desde o primeiro episódio, é carregada de fortes emoções. No caso de Dante, ele é casado com Leona (Charlotte), uma relação conflituosa, que ganha ainda mais dramaticidade com a atração que Bruno (Toledo), irmão de Dante, sente por Leona, o que desencadeará maior tensão nesse triângulo amoroso.

E esse tipo de relação não será a única nessa vida de mar e terra do personagem de Cauã, que avisa que são, na verdade, dois triângulos. “Um é o Dante com a Leona, personagem da Sophie, e com o personagem do Klebber, que é irmão do Dante”, diz o ator. E isso se dá “quando Dante está na plataforma e a Leona o trai com Bruno”. “O outro é o encontro com a Júlia, personagem da Maria Casadevall.”

Claro que essa ligação entre os personagens resulta em cenas de amor e sexo, que, para Cauã, “é sempre um lugar mais sensível, em que tudo tem que ser conversado”, reflete o ator, que expande a resposta ao comentar um outro trabalho.

No filme Piedade, de Cláudio Assis, em cartaz nos cinemas, Cauã se relaciona com personagem vivido por Matheus Nachtergaele. Mas, para ele, “tanto as cenas com a Sophie quanto as com a Maria e com o Matheus eu encaro da mesma forma”.

E revela se sentir incomodado quando surge a pergunta se a cena com Matheus teria sido mais difícil de fazer. “Independente do gênero, eu estou ali para fazer o meu trabalho da melhor maneira possível e entrar em comunhão com meu colega para entregar o melhor resultado. Toda cena tem de ser conversada e discutida, independente do parceiro ou parceira. Todas as minhas cenas eu fiz eu mesmo, nunca usei um dublê”, conta.

Além dos envolvimentos pessoais, Ilha de Ferro tem ainda ação e suspense envolvendo os trabalhadores da PLT-137. A intensidade da trama e a conexão entre os personagens, para Cauã, faz a série conter uma história muito rica. “É claro que a questão geográfica, a distância e esse tempo todo que eles passam em alto-mar, sem poder voltar, isso é um personagem da série”, afirma. E é exatamente essa “distância que a geografia traz que proporciona uma profundidade emocional para os personagens”, analisa.

Personagem intenso e complexo, Dante exigiu bastante de Cauã, não só emocionalmente. “O nível de periculosidade de uma plataforma de petróleo é o mesmo de uma usina nuclear, então todos tivemos que fazer um curso e passar em uma prova”, conta Cauã, que revela ter feito uma preparação para poder estar junto com os colegas de cena. “Foi um trabalho muito intenso, desde o início, e muito prazeroso.”

Projetos

Sempre em busca de desafios, Cauã tem novos trabalhos vindo por aí. “Tenho o longa Pedro, da Laís Bodanzky, para estrear, que eu sou produtor; tenho Um Lugar ao Sol, próxima novela das 9, que sou protagonista junto com Andreia Horta e Alinne Moraes; e estou desenvolvendo dois projetos de variedade e duas séries de ficção”, conta o ator que diz estar sempre “inquieto e colocando no papel as ideias que eu tenho e de uns anos para cá, vem dando certo”, comemora Cauã. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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