Tribuna Ribeirão
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Olimpíadas na cadeia
A Cadeia de Vila Branca, no Parque Ribeirão Preto, teve várias fases e diferentes presos. Até Suzanne Von Richtofen esteve aprontando das suas. Ali tivemos festa do chopp e da pizza, que rendeu punições para alguns responsáveis pela guarda dos detentos, fugas, tentativas, arremessos de drogas e até o uso de pombos para o transporte de cocaína e comunica­ção com o mundo exterior. Em determinada ocasião tivemos fábrica de bolas organizada como empresa e coordenada por um apenado que era um fenômeno em imitar assinaturas de toda e qualquer pessoa, amealhando recursos ilegais por con­ta desta habilidade.

Preparo físico
Os presos que ocupavam as celas tinham direito ao banho de sol, quando se aproveitavam da oportunidade para a prática de exercícios físicos com o tradicional futebol de quadra e também com a corrida dos fundistas e velocistas. Só não se autorizou a prática do salto com vara por questões óbvias.

Corridas ao longo dos corredores
Muitos dos atletas percorriam os corredores ao derredor do pátio em todos os dias pela manhã e os participantes dos treinamentos colocavam uniformes para referida prática com tênis apropriados, etc. A rotina era obedecida e os atletas mantinham regularidade britânica. Eram aplicados e ficavam treinando até o último minuto do banho de sol.

Mudança da guarda
A cadeia tinha a guarda que às vezes por conta de férias, apo­sentadorias e troca de postos de trabalho dos policiais, os mesmos eram substituídos por novatos. Certa feita, quando os mais acostumados com a missão da guarda dos presos fo­ram trocados, tal fato não passou despercebido pelos deten­tos. Preparam-se como se estivessem acostumados a correr pelo lado de fora e ao chegarem às portas principais, ficaram em passo de corrida e solicitaram a abertura dos cadeados, como se fossem também do corpo da guarda fazendo exercí­cios. Os novatos abriram o portão e onze dos atletas fugiram. E não havia quem pudesse apanhá-los, pois eram bons atletas e desapareceram. Punições ocorreram, pois os superiores não acreditaram na ingenuidade dos novos na função. Somente uns poucos foram pegos em suas casas ou de parentes quan­do descansavam. Meninos, eu vi!

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