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Câmara faz apelo por volta às aulas

FERNANDO GONZAGA/ARQUIVO

As comissões Permanentes de Educação e de Direitos da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso da Câmara de Vere­adores enviaram uma carta aberta ao Sindicato dos Servi­dores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópo­lis (SSM-RPGP). Ambas são presididas por Gláucia Bere­nice (DEM) e fazem um ape­lo para que a entidade aceite o acordo de conciliação pela volta às aulas presenciais na rede municipal de ensino, o mais rápido possível.

O juiz João Baptista Cilli Filho, da 4ª Vara do Trabalho, marcou, para 13 de agosto, às 14 horas, a audiência decisiva sobre o retorno dos 47.271 es­tudantes às 131 escolas da rede municipal de ensino. Na carta, as comissões dizem que a situ­ação dos alunos é dramática, pois estão privados comple­tamente do ensino presen­cial, da convivência social, da merenda e do acompanha­mento assistencial.

Ressalta que os estudantes e suas famílias estão isolados desde o início da pandemia, quando pouco se sabia sobre o coronavírus e a dinâmica da do­ença, diferentemente de agora. Para justificar a necessidade do retorno das aulas presenciais, Gláucia Berenice cita carta pu­blicada no dia 7 de janeiro pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Endereçada aos prefeitos dos municípios brasileiros, cita diretamente o risco de mais evasão escolar e aprofundamen­to da desigualdade social com os jovens fora das classe. Recente­mente, o Unicef reafirmou sua posição em manifesto e apresen­tou dados. Diz que atualmente somente dois em cada dez es­tudantes brasileiros (20%) fre­quentam as aulas presenciais e 40% dos filhos de famílias da classe A têm acesso às escolas, enquanto nas classes D e E este percentual é de 16%.

“Pelas razões expostas, so­licito deste sindicato o máxi­mo esforço de conciliação no âmbito da ação civil coletiva visando o interesse dos alunos no sentido de serem reabertas as escolas para as aulas pre­senciais o mais breve possível, evitando o agravamento da desassistência, desigualdade e retrocesso na educação”, diz parte do documento.

A Secretaria Municipal da Educação, por intermédio da prefeitura de Ribeirão Preto, tenta antecipar o retorno das aulas presenciais. A cidade é a única do país onde o ano letivo emperrou na pande­mia por causa de decisão ju­dicial. Em 25 de fevereiro, a Justiça do Trabalho barrou as aulas presenciais e proibiu o retorno de funcionários e dos 47.271 alunos da rede muni­cipal de ensino.

Em maio, em audiência de conciliação, decidiu que as classes continuariam va­zias enquanto a prefeitura não apresentasse laudos emitidos por três infectologistas para comprovar a segurança sani­tária das 131 escolas ligadas à Secretaria da Educação. Tam­bém obrigou a pasta a concluir a imunização completa – pri­meira e segunda dose – de to­dos os profissionais da área que atuam no ambiente escolar.

A Secretaria Municipal da Educação argumenta que, além de já ter vacinado 3.500 profissionais da educação municipal com duas doses da vacina contra o coronavírus (70%) e 1.500 com uma dose (30%), o governo tem agili­zado as vistorias das escolas municipais. Os médicos in­fectologistas nomeados pela prefeitura já vistoriaram mais de 50 unidades. Todas as 31 de ensino fundamental já passa­ram por inspeção.

Até a semana passada, 19 de educação infantil também haviam sido vistoriadas. Se­gundo o secretário Felipe Elias Miguel, não foi apontado ne­nhum problema estrutural, apenas casos de adequação do ambiente para garantir a segurança de servidores e es­tudantes. Das 131 unidades administradas pela prefei­tura. 31 são Escolas Munici­pais de Ensino Fundamental (Emefs), 36 são Centros de Educação Infantil (CEIs), 41 são Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e 23 são escolas conveniadas.

A rede tem cinco mil pro­fessores, diretores, coordena­dores, monitores, superviso­res, cozinheiros, auxiliares, motoristas e outros funcioná­rios que atuam no ambiente escolar. Segundo a pasta, cer­ca de 1.500 ainda precisam da aplicação de reforço. Já foram realizadas quatro ações de vacinação contra a covid-19. A vacinação com a segunda dose só vai atingir 100% em meados de setembro e início de outubro. Mesmo assim, a prefeitura de Ribeirão Preto requisitou a antecipação da vacinação deste grupo ao go­verno de São Paulo.

Se não conseguir reverter o quadro, as aulas deverão ser retomadas apenas em outu­bro e ainda correm o risco de ficar para 2022. O ano letivo teve início na segunda-feira (2), mas de forma remota, pela internet. O Sindicato dos Servidores Municipais afirma, por meio de nota, que diante do novo despacho da Justiça do Trabalho, partici­pará da audiência designa­da e que as aulas só voltarão quando todas as exigências previstas no acordo judicial forem cumpridas.

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