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A saúde pública no Brasil – parte 7

A saúde é o maior bem do ser humano. É um patrimônio de valor inco­mensurável. E sobre isso todas as pessoas concordam. Na teoria. Mas na hora de colocar em prática as atitudes que são capazes de levar a esse extraordi­nário bem na vida das pessoas, aí um grande número delas simplesmente não fazem o investimento que seria desejável para a concretização desse patrimônio tão rico e de extrema utilidade.

No caso específico do Brasil pelas características da nossa sociedade temos uma agravante: os homens não procuram e às vezes até se recusam a se utilizar dos benefícios da medicina preventiva, que são capazes de levar ao acúmulo e preservação desse bem maior. Recente pesquisa mostrou que os homens colocam como prioridade absoluta em suas vidas: o trabalho.

E muitas vezes, como é o caso de uma consulta médica preventiva, realização de exames, vacinações e outras medidas só são possíveis de serem realizadas em dias de semana e os homens simplesmente se recusam a faltar ao trabalho para comparecer a uma consulta médica destinada a colocar as medidas de medicina preventiva em dia. E não são só os homens relativamente refratários a assumir essas responsabilidades: pessoas de qualquer idade inclusive aqueles em idade avançada que são dependentes de acompanhantes e que se constitui em um contingente cada vez maior em nossa sociedade.

Essa população muito grande contribui certamente para aumentar o nú­mero de pessoas sujeitas a contrair e mesmo evitar contrair doenças. É de se destacar que as vacinas desempenham papel importantíssimo na prevenção de um grande número de doenças.
No caso específico do Brasil nós temos muitas histórias de grande aceita­ção das vacinas por parte da população brasileira e praticamente nos dias de hoje a recusa de uma pessoa a ser vacinada é muito pequena. Mas isto nem sempre foi assim. Revisando a história da saúde pública no Brasil constata­mos que no passado essa absurda rejeição era muito grande.

O Dr. Osvaldo Cruz, então responsável pela Saúde Pública, há pouco mais de 100 anos chegou a enfrentar uma revolta da população do Rio de Ja­neiro contra sua campanha de vacinação contra a febre amarela que causava a morte de milhares de brasileiros.

Felizmente ele foi um vencedor e sua campanha foi vitoriosa e evitou milhares de mortes no Rio de Janeiro e no Brasil. Hoje praticamente estamos livres de uma rejeição às vacinas e a população aceita e adere bem ser vacina­das. Apesar disso, um fato novo surgiu no mundo que são as chamadas redes sociais. Os benefícios trazidos a qualquer pessoa por esse novo componente é extraordinário, claro. Não obstante a isso, infelizmente há pessoas ou grupo de pessoas que são capazes de trazer também enormes prejuízos aos usuários desse importante meio de comunicação em massa.

No caso específico da saúde pública, o maior deles é divulgar notícias falsas, as chamadas fake news. Isso é um fato verdadeiramente deplorável e até crimi­noso, pois é capaz de levar as pessoas a não acreditar, por exemplo na eficácia das vacinas, que pode inclusive levar a doenças graves, hospitalizações e até a morte.

É o caso não só da recusa à vacina contra a covid-19, como também a outras doenças como a gripe H1N1, febre amarela e outras. Felizmente as mães brasileiras sempre estiveram atentas e a adesão às campanhas de vacinação direcionadas a imunizar as crianças têm sido um sucesso através dos anos. Idosos brasileiros também aderem com entusiasmo às campanhas de vacinação contra a gripe, pneumonia e outras, quando devidamente cons­cientizados. Infelizmente o governo não tem sido ineficiente na comunicação social visando esclarecer a população, sobre os benefícios da vacinação.

Com a chegada da pandemia da covid-19 atenção foi transferida para atender a demanda voltada para essa urgência. Infelizmente aí a eficácia da comunicação social do governo também se mostrou ineficaz em muitos aspectos importantes.

Também existem pessoas que assumem comportamentos absurdos como o de espalhar fake news nas redes sociais para confundir a população, o que certamente traz enormes prejuízos levando ao ponto de a pessoa se recusar a tomar qualquer vacina, principalmente contra a covid-19. (Continua na próxima semana).

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