A Uber divulgou seu balanço financeiro para o 2° trimestre de 2021 e mostrou prejuízos crescentes na empresa após a expansão de incentivos a motoristas da plataforma. A empresa, que já é conhecida por viver no vermelho, enfrenta ainda uma escassez de parceiros – apesar da alta demanda de passageiros.
A companhia sofreu uma queda no número de viagens em 2020 e, após a entrada da crise – reforçada em grande parte pela pandemia da Covid-19 –, optou por gastar cerca de US$ 250 milhões com incentivos a motoristas e entregadores parceiros. No entanto, ainda não viu o retorno do investimento por completo.
Os custos e despesas somaram um valor de US$ 5,1 bilhões, o que significa um aumento de 57% da conta se comparado ao mesmo período do ano passado.
A companhia registrou EBITIDA (lucro antes de descontados impostos, juros e depreciações e amortizações) de US$ 509 milhões, aproximadamente R$ 2,6 bilhões na cotação atual – valor US$ 150 milhões menor na comparação ao 1° trimestre de 2021, mas ainda assim US$ 328 milhões melhor em relação ao ano anterior.
Apesar dos números, a empresa tem boas previsões para o futuro e acredita que, até o fim do ano, consiga reverter o quadro negativo, bem como recuperar a sua lucratividade.
Com o avanço da vacinação e a retomada de atividades nas cidades, a empresa já consegue visualizar um crescimento nas viagens e entregas, que saltaram de 737 milhões no 2º trimestre do ano passado para 1,5 bilhão de viagens no mesmo período deste ano.
O Uber Eats, que atua no segmento de entrega de comidas da empresa, foi o responsável por segurar as contas durante a crise causada pela pandemia da Covid-19, e o braço que conseguiu mais que dobrar a receita de 2020 apesar da queda de viagens com passageiros.
Neste ano, o sistema de delivery totalizou US$ 1,9 bilhão na receita da companhia, uma alta de 122% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
De acordo com a Uber, a empresa registrou um prejuízo total de US$ 1,8 bilhão. Além disso, a companhia afirmou que boa parte do seu lucro total, que foi de US$ 1,1 bilhão, veio de ganhos “inesperados” em investimentos de US$ 1,4 bilhão em ações da Didi (grupo chinês dono do aplicativo 99) e de US$ 471 milhões na Aurora.
Em reunião com investidores, o CEO Dara Khosrowshahi disse estar otimista sobre as taxas de crescimento, principalmente nos Estados Unidos, onde os esforços da empresa para captar profissionais resultou em um aumento de 30% de motoristas entre junho e julho.
“A boa notícia é que agora estamos em um bom lugar, onde podemos puxar esses investimentos de volta”, disse Khosrowshahi. “Os investimentos foram grandes, mas valeram a pena.”
Via Olhardigital