Por Redação, O Estado de S.Paulo
Projetado por Lina Bo Bardi entre 1977 e 1986 a partir da estrutura de uma antiga fábrica de tambores, o Sesc Pompeia figura em uma lista organizada pelo jornal The New York Times com os 25 edifícios mais importantes construídos depois da Segunda Guerra Mundial. A unidade do Sesc figura em 18º na lista, que inclui ainda o Edifício Seagram (projeto de Ludwig Mies van der Rohe), em Nova York; o Prédio da Prefeitura de Kagawa (Kenzo Tange); a Biosfera de Montreal; a Ópera de Sydney (Jorn Utzon); e o Centro Pompidou (Renzo Piano e Richard Rogers), em Paris.
O jornal consultou sete especialistas para elaborar a lista: os arquitetos Toshiko Mori, Annabelle Selldorf e Vincent Van Duysen; o designer Tom Dixon; o artista e cenógrafo Es Devlin; o crítico e contribuidor do jornal Nikil Saval; e Tom Delavan, diretor de design e interiores. Curiosamente, a obra que figura como a 25ª é a Estação Espacial Internacional.
Em sua conta no Instagram, o Times justificou a escolha do edifício paulista pelo fato de a arquiteta ter mantido as estruturas originais. “Bo Bardi removeu as paredes internas da fábrica e, em seguida, suavizou o espaço com uma piscina ondulada recortada no piso de concreto. Na parte de trás do complexo, ela acrescentou sua própria interpretação de um vernáculo industrial com um par de torres de concreto, tão caprichosas quanto imponentes, que abrigam instalações esportivas. As paredes da torre mais curta, em formato de fortaleza, são perfuradas por janelas surrealistas globulares e conectadas à torre mais alta e estreita por pontes voadoras para pedestres que, vistas de baixo, se fecham como dedos. Uma das dezenas de complexos do Sesc em São Paulo, a obra-prima segue cumprindo seu propósito original, contendo teatro, refeitório e espaço expositivo, além de espaços abertos que dão espaço para respirar em uma metrópole apertada”, afirma.
Uma das maiores arquitetas do século 20, Lina Bo Bardi (1914-1992) é a principal homenageada da atual Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, em cartaz até novembro.
VEJA A LISTA COMPLETA:
1 – Casa Luis Barragán (1948), de Luis Barragán, na Cidade do México, no México
2 – Casa de Edith Farnsworth (1951), de Ludwig Mies van der Rohe, em Chicago, EUA
3 – Nova Gourna (1952), de Hassan Fathy, em Luxor, Egito
4 – Saynatsalo Town Hall (1952), de Alvar Aalto, em Jyvaskyla, Finlândia
5 – Edifício Seagram (1958), de Ludwig Mies van der Rohe’, em Nova York, EUA
6 – Edifício da Prefeitura de Kagawa (1958), de Kenzo Tange, em Takamatsu, Japão
7 – Fondazione Querini Stampalia (1959), de Carlo Scarpa, em Veneza
8 – Convento de Sainte-Marie de la Tourette (1960), de Le Corbusier, em Éveux, França
9 – Haystack Mountain School of Crafts (1961), de Edward Larrabee Barnes, em Deer Isle, no Maine, EUA
10 – Salk Institute (1965), de Louis Kahn, em La Jolla, Califórnia, EUA
11 – Geodesic Dome para a Expo’67 (1967), de Buckminster Fuller, em Montreal, Canadá
12 – Edifício da Johnson Publishing Company (1971), de John W. Moutoussamy, em Chicago, EUA
13 – Opera House (1973), de Jorn Utzon, em Sydney, Austrália
14 – Les Arcs (1974), de Charlotte Perriand, em Savoie, França
15 – Van Wassenhove House (1974), de Juliaan Lampens, em Sint-Martens-Latem, Bélgica
16 – Centro Pompidou (1977), de Renzo Piano e Richard Rogers, em Paris, França
17 – Indian Institute of Management Bangalore (1983), de Balkrishna Doshi, em Bangalore, Índia
18 – Sesc Pompeia (1986), de Lina Bo Bardi, em São Paulo
19 – Termas Vals, (1996), de Peter Zumthor, em Vals, Suíça
20 – Escola Primária (2001), de Francis Kéré, em Gando, Burkina Faso
21 – Campus da Academia de Arte Chinesa (2007), de Wang Shu e Lu Wenyu, em Hangzhou, China
22 – Bait Ur Rouf Mosque (2012), de Marina Tabassum, em Daka, Bangladesh
23 – “Color(ed) Theory” Series (2014-16), de Amanda Williams, em Chicago, EUA
24 – Reforma do 530 Dwellings in Grand Parc (2017), de Lacaton & Vassal, Frédéric Druot and Christophe Hutin, em Bordeux, França
25 – Estação Espacial Internacional, de vários criadores, no espaço