Tribuna Ribeirão
Política

RP licitará obras paradas do PAC

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A prefeitura de Ribeirão Pre­to decidiu abrir novas licitações para concluir as quatro obras pa­ralisadas do Programa Ribeirão Mobilidade – a versão tucana do Programa Aceleração do Cresci­mento II – PAC da Mobilidade. Estão na lista dois viadutos na avenida Brasil (Zona Norte), o túnel da praça Salvador Spadoni (Zona Sul), e dos corredores de ônibus das avenidas Dom Pe­dro I e Saudade/Rua São Paulo (Zona Norte).

Os dois viadutos da avenida Brasil estão sendo construídos nos cruzamentos com as aveni­das Mogiana e Thomaz Alberto Whately, na região do Jardim Aeroporto, Zona Norte. O túnel vai passar sob a avenida Nove de Julho, no Jardim Sumaré, Zona Sul, para ligar as avenidas Inde­pendência e Presidente Vargas. As avenidas Dom Pedro I e Sau­dade/Rua São Paulo ficam nos bairros Ipiranga e Campos Elí­seos, na Zona Norte.

A prefeitura de Ribeirão Pre­to anunciou a rescisão unilateral dos contratos com as empresas Contersolo Construtora e Coe­sa Engenharia, responsáveis por quatro das 30 obras do Progra­ma Ribeirão Mobilidade – a ver­são tucana do Programa Acele­ração do Crescimento II – PAC da Mobilidade, há uma semana, em 22 de julho.

A Contersolo era respon­sável pela construção de dois viadutos na avenida Brasil e do túnel da praça Salvador Spa­doni. A Coesa Engenharia era responsável por dois corredores de ônibus na Zona Norte. O valor total destas obras é de R$ 92.778.335.24. As empresas se­rão multadas em 10%, além de ficarem proibidas de participa­rem de futuras licitações da pre­feitura de Ribeirão Preto.

Na semana passada, a Se­cretaria Municipal de Obras Públicas afirmou ao ribuna que ainda estudava o caso e não havia decidido se chama­ria as segundas colocadas nos quatro processos licitatórios. Se essas empresas aceitassem, novas licitações seriam realiza­das para concluir o remanes­cente de cada construção.

Neste caso, os novos valores seriam calculados a partir das especificações do projeto ori­ginal, descontando o que já foi feito. Agora, com a abertura de licitações para contratação de novas construtoras, cada empre­sa vai estipular um valor.

O contrato do viaduto da avenida Thomaz Alberto Wha­tely é de R$ 13.284.955,62. A Contersolo Construtora con­cluiu 44% da intervenção, que começou em abril de 2020 e deveria ser entregue em junho deste ano. Já o viaduto da ave­nida Mogiana estava orçado em R$ 19.870.000,00. A empresa concluiu 62% das obras, que co­meçaram em novembro de 2019 e deveriam ficar prontas em ja­neiro deste ano.

O contrato do túnel da ave­nida Presidente Vargas é de R$ 19.882.700,02. A Contersolo Construtora concluiu 14% das obras. A intervenção teve início em agosto do ano passado e de­veria ficar pronta em dezembro de 2021. Já os dois corredores de ônibus na Zona Norte, nas avenidas Dom Pedro I, no Ipi­ranga, e Saudade, nos Campos Elíseos, são de responsabilida­de da Coesa Engenharia.

O valor da intervenção é de R$ 39.740.679,60. A construto­ra concluiu 50% das obras, que começaram em janeiro do ano passado e deveriam ter sido entregues em janeiro de 2021. Tanto a Conterslo como a Coesa suspenderam os tra­balhos alegando aumento do preço dos insumos – mate­riais de construção.

Dizem que a alta nos pre­ços teria inviabilizado a con­tinuidade das obras. Segundo a administração municipal de Ribeirão Preto, a rescisão dos contratos foi provocada pelo descumprimento de cláusulas contratuais e as duas cons­trutoras já foram notificadas. Agora, não há mais prazo para a conclusão das intervenções.

Uma licitação demora no mínimo 90 dias para ser fi­nalizada, caso não haja in­terposição de recursos por nenhum dos participantes. Significa que as obras dos via­dutos, do túnel e dos corredo­res de ônibus podem ser reto­madas apenas em 2022.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou inqué­rito civil para apurar a paralisa­ção das obras. Está sendo con­duzida pelo promotor Sebastião Sergio da Silveira e foi aberto após a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) ter encaminhado repre­sentação ao MP em que questio­na o contrato das obras nas ave­nidas Dom Pedro I e Saudade.

O investimento total no Ribeirão Mobilidade se apro­xima de R$ 500 milhões. São R$ 310 milhões provenientes de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade Urbana e do Saneamento, do governo federal e, o restante do Finan­ciamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e outras agências de crédito.

Ao todo, serão implantados onze corredores de ônibus em Ribeirão Preto, num total de 56 quilômetros percorrendo as principais avenidas do muni­cípio, além de pontes, túneis e viadutos que irão proporcionar maior conforto a 4.154.118 usu­ários do transporte público.

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