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Aulas não voltam antes do dia 13

ALFREDO RISK/ARQUIVO

O juiz João Baptista Cilli Filho, da 4ª Vara do Trabalho, agendou para 13 de agosto a audiência de conciliação en­tre a prefeitura e o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapa­rá e Pradópolis (SSM-RPGP) para tentar antecipar o retor­no das aulas presenciais nas escolas da rede municipal de ensino. A cidade é a única do país onde o ano letivo emper­rou na pandemia por causa de decisão judicial.

Em 25 de fevereiro, a Justi­ça do Trabalho barrou as aulas presenciais e proibiu o retorno de funcionários e dos 47.271 alunos da rede municipal de ensino. Em maio, em audiên­cia de conciliação, decidiu que as classes continuariam vazias enquanto a prefeitura não apresentasse laudos emitidos por três infectologistas para comprovar a segurança sani­tária das 131 escolas ligadas à Secretaria da Educação. Tam­bém obrigou a pasta a concluir a imunização completa – pri­meira e segunda dose – de to­dos os profissionais da área que atuam no ambiente escolar.

O pedido foi protocolado pela prefeitura de Ribeirão Pre­to na sexta-feira, 30 de julho, e o despacho do magistrado foi expedido nesta segunda-fei­ra, 2 de agosto. A Secretaria Municipal da Educação ar­gumenta que, além de já ter vacinado 3.500 profissionais da educação municipal com duas doses da vacina contra o coronavírus (70%) e 1.500 com uma dose (30%), o go­verno tem agilizado as visto­rias das escolas municipais.

Os médicos infectologis­tas nomeados pela prefeitura já vistoriaram 50 escolas até sexta-feira. Deste total, 31 são de ensino fundamental e 19 de educação infantil. Segundo o secretário Felipe Elias Miguel, não foi apontado nenhum pro­blema estrutural, apenas casos de adequação do ambiente para garantir a segurança de servidores e estudantes.

Das 131 unidades adminis­tradas pela prefeitura. 31 são Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), 36 são Centros de Educação Infantil (CEIs), 41 são Escolas Muni­cipais de Educação Infantil (Emeis) e 23 são escolas con­veniadas. A rede tem cinco mil professores, diretores, coordenadores, monitores, supervisores, cozinheiros, auxiliares, motoristas e ou­tros funcionários que atuam no ambiente escolar.

A maior parte já recebeu a primeira e segunda dose das vacinas Coronavac, desenvol­vida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, ou da AstraZeneca, produzi­da pelo laboratório britânico homônimo em parceria com a Universidade de Oxford e en­vasada no Brasil pela Funda­ção Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Outros tomaram a dose única da Janssen, da Johnson & Johnson. Segundo a pasta, cerca de 1.500 ainda precisam da aplicação de reforço. Já fo­ram realizadas quatro ações de vacinação contra a covid-19. A vacinação com a segunda dose só vai atingir 100% em meados de setembro e início de outubro. Mesmo assim, a prefeitura de Ribeirão Preto requisitou a antecipação da vacinação deste grupo ao go­verno de São Paulo.

Se não conseguir reverter o quadro, as aulas deverão ser retomadas apenas em outubro e ainda correm o risco de ficar para 2022. O ano letivo teve iní­cio nesta segunda-feira (2), mas de forma remota, pela internet. Ainda nesta segunda-feira, o Sindicato dos Servidores Mu­nicipais afirmou, por meio de nota, que diante do novo despa­cho da Justiça do Trabalho, par­ticipará da audiência designada.

“Que as condições para o retorno das aulas presenciais no contexto da pandemia de covid-19 já foram estabeleci­das por meio de acordo, com previsão de vacinação integral de todos os profissionais da Educação e com laudo assina­do por três médicos infecto­logistas que, em visita a cada uma das escolas municipais, devem atestar o fornecimento de EPIs (equipamentos de pro­teção individual|) em quanti­dade e qualidade compatíveis, a implementação de protoco­los adequados para a proteção da saúde e da vida destes traba­lhadores”, diz o texto.

Os três médicos infectolo­gistas da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assis­tência (Faepa) – ligada ao Hospital das Clínicas da Fa­culdade de Medicina de Ri­beirão Preto da Universida­de de São Paulo (HCFMRP/ USP) –, nomeados pela Se­cretaria Municipal da Edu­cação para vistoriar e emitir laudos de segurança sanitária das escolas da rede de ensino do município, já inspeciona­ram 38,2% das 131 unidades.

Os médicos Fernando Be­líssimo Rodrigues, Renata Te­odoro Nascimento e Valdes Roberto Bolella foram no­meados pela prefeitura para execução deste serviço. Em 28 de julho, a juíza substituta da 4ª Vara do Trabalho, Paula Rodrigues de Araujo Lenza, rejeitou o pedido do Sindicato dos Servidores para anular as inspeções. A entidade afirma que vai questionar novamente o processo quando os laudos forem entregues pela prefeitu­ra de Ribeirão Preto.

Também havia questiona­do o fato de as vistorias não estarem sendo acompanhadas pela entidade. São cerca de doze mil educadores na cida­de, contando funcionários da rede pública municipal e esta­dual e da particular. Pesquisa que está sendo realizada pela Secretaria Municipal da Edu­cação mostra que, até 27 de julho, 9.784 pais e responsáveis pelos alunos da rede de ensino de Ribeirão Preto já haviam opinado se desejam ou não o retorno das aulas presenciais neste momento. Deste total, 7.206 são a favor dos filhos nas classes (ou 73,7%) e 2.578 são contrários (26,3%).

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