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Saúde cancela contrato de compra da Covaxin

O ministro da Saúde, Mar­celo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira, 29 de julho, que o contrato de compra da vacina indiana Covaxin será cancelado. Segundo o titular da pasta, a de­cisão foi tomada após investiga­ção da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o processo de aquisição de 20 milhões de doses por R$ 1,6 bilhão.

“A posição do Ministério da Saúde acerca dos fatos apurados pela CGU será de cancelamento do contrato”, afirmou. As ilega­lidades envolvendo a compra da vacina foram descobertas pela CPI da Pandemia. No relatório, a CGU tenta descaracterizar as descobertas da comissão.

O ministro Wagner Rosa­rio, da CGU, declarou que a investigação do órgão detectou como problema no processo de compra da Covaxin duas cartas enviadas pela Precisa Medica­mentos ao Ministério da Saúde e supostamente assinadas por um diretor da Bharat Biotech, cujas autenticidades não são reconhe­cidas pela farmacêutica indiana.

Foi a própria empresa in­diana, porém, que veio a públi­co informar que não reconhe­cia a autoria dos documentos. “Esses dois documentos foram confeccionados a partir de um miolo de imagem de texto em português sob uma moldura de imagem de outro docu­mento digitalizado”, disse o ministro. “Não temos certeza de quem fez isso.”

A principal irregularida­de identificada pela CPI da Pandemia, que se tornou o principal front de desgaste do governo Jair Bolsonaro, não foi reconhecida na auditoria da CGU. O ministro disse que não houve sobrepreço no pre­ço da Covaxin e que o valor do imunizante, de US$ 15, é “ade­rente aos preços praticados pela empresa em suas negocia­ções a nível mundial”.

O ministro não relatou, contudo, se houve tentativa de negociação de valor da vacina durante o processo de aqui­sição. O valor de US$ 15 por dose é 1.000% mais alto do que a própria fabricante estimou seis meses antes, em agosto de 2020. Telegrama da embaixada brasileira na Índia registrou que, em um evento na Índia, a Bharat informou que o pre­ço por dose da vacina, quando estivesse pronta, poderia ser de 100 rúpias (US$ 1,34, na cota­ção da época).

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