Há uma semana, na quinta-feira, dia 15, tive a oportunidade de participar de um dos passos mais importantes dados em favor do aeroporto Leite Lopes; a sua concessão à iniciativa privada, com a previsão de investimentos da ordem de R$ 130 milhões ao longo de 30 anos de gestão concedida. Mais de R$ 34 milhões deverão ser investidos nos primeiros quatro anos de concessão. O Consórcio Voa NW e Voa SE, foi o vencedor do leilão de concessão do grupo Sudeste, que inclui o Leite Lopes, com a proposta de R$ 14,7 milhões, ágio de 11,5% sobre a outorga mínima.
A concessão tem valor significativo para o aeroporto não apenas pela arrecadação com a outorga, mas também – e principalmente – pelo que representa de possibilidade de investimentos na melhoria, ampliação e modernização de suas instalações, com a criação de oportunidades de trabalho e renda. Além de impulsionar o desenvolvimento em um momento em que os investimentos tornam-se imprescindíveis para a retomada do crescimento econômico, após a retração forçada durante o período de pandemia.
Quem acompanha, mesmo que de forma moderada e à distância, as notícias sobre o aeroporto de Ribeirão Preto sabe que esta é uma realidade que chega após 20 anos de muita luta, debates e reuniões. A ampliação e transformação do Leite Lopes em internacional – que já o é de direito – é uma discussão que teve início há mais de duas décadas, com boa cobertura da imprensa local, regional e nacional. Eu mesmo participei pessoalmente e com outras lideranças das ações que buscaram melhorias para o aeroporto. Conseguimos avanços consideráveis, mas é preciso ampliar os investimentos e realizar as ações mais rapidamente, sem as travas características da gestão pública.
Ao longo deste período em que se discutiu a ampliação da pista foram vários os embates e projetos, incluindo ações contrárias à permanência do Leite Lopes onde ele está instalado. Enquanto se discutiu as várias demandas, o objetivo maior de melhorar o aeroporto não avançou como esperávamos, por força das circunstâncias. Foram inúmeras as reuniões em Ribeirão Preto, São Paulo e Brasília, com autoridades de variados escalões. Também ocorreram muitos debates, realizados em Ribeirão Preto, por diferentes iniciativas. Sempre com o objetivo de dotar Ribeirão Preto de um aeroporto com o tamanho e a qualidade que a cidade merece, por sua importância no cenário nacional e sua força econômica.
Algumas discussões foram mais acaloradas, incluindo “falta de cortesia” de alguns atores nos momentos de maior tensão nas discussões. O diálogo, no entanto, sempre esteve aberto e as conquistas só não foram maiores em função da dificuldade de se alocar os recursos necessários, nos diferentes níveis de governo. Enquanto parlamentar e Secretário de Estado sempre trabalhei pela ampliação e modernização do Leite Lopes. Como prefeito inclui em minhas ações medidas para dar condições às realizações das melhorias, executando obras no entorno que ampliam a mobilidade, como o corredor de ônibus Norte-Sul, que inclui a avenida Thomaz Alberto Whately, e dois viadutos na avenida Brasil, um deles no cruzamento com a própria Thomaz Alberto e o outro, com a avenida Mogiana.
Com todas as nossas lutas, obtivemos vitórias parciais ao longo do tempo. A mais recente foram as obras de ampliação nas cabeceiras da pista para implantação de área de giro das aeronaves nas duas cabeceiras da pista de pouso e decolagem (Cab-18 e Cab-36 turn around), entregues no final de abril de 2019. Com a concessão agora concluída, e a consequente exigência contratual de investimentos, teremos enfim um terminal aeroportuário da dimensão e da importância que a cidade de Ribeirão Preto precisa e merece, com toda infraestrutura necessária à operacionalização de voos nacionais e internacionais, de cargas e passageiros.