Tribuna Ribeirão
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PF abre inquérito contra Bolsonaro

MARCELLO CASAL JR./AG.BR.

A Polícia Federal abriu in­quérito para investigar se o presidente Jair Bolsonaro co­meteu crime de prevaricação por supostamente não ter co­municado aos órgãos de inves­tigação indícios de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. A corporação ainda prepara as primeiras diligências a serem cumpridas na investigação.

O procedimento foi oficial­mente instaurado após decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, no último dia 2 de julho. Na oca­sião, a ministra atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República – apesar de esta ter defendido, em um primei­ro momento, aguardar o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia antes iniciar as apurações.

Após Rosa negar tal pedi­do, a Procuradoria solicitou a instauração do inquérito.

A investigação tem origem em uma notícia-crime ofere­cida pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fa­biano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) a partir das suspeitas tornadas públicas na CPI da Covid. No sistema do STF, a petição assi­nada pelos parlamentares já foi reautuada como inquérito.

O caso foi levado ao STF depois que o deputado fede­ral Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão do parlamentar, Luis Ricardo Miranda, que é chefe de importação do Departa­mento de Logística do Minis­tério da Saúde, disseram em depoimento à comissão par­lamentar que o presidente ignorou alertas a respeito de suspeitas de corrupção no processo de aquisição do imunizante fabricado pelo la­boratório Bharat Biotech.

No dia 24 de junho, quase três meses depois de ter sido informado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) sobre as possíveis irregularidades no processo de aquisição da vaci­na, o presidente Jair Bolsonaro ainda não havia acionado a PF para investigar o caso, confor­me apurou o Estadão com fon­tes na instituição. O inquérito para apurar as denúncias apre­sentadas por Luis Miranda a Bolsonaro só foi instaurado no dia 30 de junho a mando de Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não está sujeito a sanções legais por crime de prevaricação. Ele participou de entrevista coletiva realizada após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. “O que eu entendo que é prevaricação se aplica ao ser­vidor público, não a mim. Mas em qualquer denúncia de cor­rupção eu tomo providências. Até a do Luis Miranda, mesmo conhecendo toda a vida pre­gressa dele, eu conversei com o Pazuello. Ele viu e não tem nada de errado”, disse.

Logo em seguida, no en­tanto, se contradisse ao afir­mar: “já estamos tomando providências. Vamos corrigir o que está sendo feito”. Bolsona­ro alega ainda que o deputado federal Luis Miranda, autor da denúncia das supostas ir­regularidades no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin, cometeu crime, caso tenha gravado conversa com o presidente. Afirmou que não se recorda de ter tratado da compra dos imunizantes com o parlamentar.

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