Os 600 motoristas de ônibus do transporte coletivo de Ribeirão Preto decidiram cancelar a greve que estava marcada para começar à zero hora desta terça-feira, 13 de julho. O Consórcio PróUrbano – grupo concessionário do transporte coletivo na cidade, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) – atendeu a todas as reivindicações feita pela categoria.
A negociação entre o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte Urbano e Suburbano de Passageiros de Ribeirão Preto (Seeturp) e o grupo concessionário aconteceu no domingo (11) e foi homologada em assembleia realizada nesta segunda-feira (12). Segundo João Henrique Bueno, presidente da entidade sindical, os principais tópicos da pauta econômica foram aceitos. A data-base dos condutores é maio.
Na noite de quarta-feira (7), o Seeturp havia recusado a primeira proposta do Consórcio PróUrbano e já havia comunicado o grupo concessionário e a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) sobre a paralisação, com 72 horas de antecedência, como determina a legislação. Porém, durante o feriado prolongado da Revolução Constitucionalista de 1932, as conversas prosperaram e um acordo foi selado anteontem.
O Consórcio PróUrbano decidiu aumentar a proposta, chegando ao índice reivindicado pela categoria, que pede 7,59% referente à reposição da inflação dos últimos doze meses. O pedido compreende a inflação entre maio de 2020 e abril deste ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Primeiro, o consórcio havia proposto correção de 5%.
Outra reivindicação antes recusada pelos empresários trata da correção de 10% no vale-refeição, que atualmente é de R$ 732. Agora, com a aprovação do consórcio, saltará para cerca de R$ 800. O percentual corresponde a inflação dos últimos 24 meses, já que o tíquete não foi reajustado neste período. Segundo Bueno, em vez de aumentar o valor do vale, o consórcio teria proposto reduzi-lo para R$ 600, mas decidiu elevar o valor.
O Seeturp diz ainda que o PróUrbano desistiu de acabar com o plano de saúde familiar dos dependentes dos trabalhadores do setor. Atualmente, dependendo da empresa empregadora – Rápido D’Oeste ou Transcorp –, os trabalhadores têm planos diferentes. Os funcionários da Rápido D’Oeste estão cobertos pelo Grupo São Francisco (Hapvida), e o da Transcorp e do sindicato são da Santa Casa.
O subsídio das empresas para bancar os planos de saúde é de 70% e, segundo o Consórcio PróUrbano, essa cobertura será mantida, de acordo com a nova proposta. As empresas também decidiram manter o pagamento das horas extras em dinheiro e desistiram de criar o banco de horas.
Por fim, o Consórcio PróUrbano também definiu o Plano de Lucro de Resultados (PRL) a ser pago anualmente para os trabalhadores caso as empresas atinjam os resultados estabelecidos para o período. O valor será de R$ 1.221 para cada funcionário.