A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho em 0,53%, ante 0,83% em maio, informou nesta quinta-feira, 8 de julho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada no ano é de em 3,77%. Em doze meses, o resultado está em 8,35%.
A alta de 0,53% foi o maior resultado para o mês desde 2018, quando registrou elevação de 1,26%. “O contexto da época era o das paralisações dos caminhoneiros”, lembra André Almeida, analista do IBGE. O resultado fez a taxa de inflação em doze meses atingir o maior patamar desde setembro de 2016, quando estava em 8,48%.
Em junho de 2020, o IPCA ficou em 0,26%. Como consequência, a taxa acumulada pelo indexador em doze meses acelerou de 8,06% em maio para 8,35% em junho, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. O IPCA está acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechou o ano passado com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Alimentação
O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,44% em maio para um aumento de 0,43% em junho, dentro do IPCA. Contribuiu com 0,09 ponto percentual para a taxa de 0,53% do índice no mês. A alimentação em domicílio acelerou o ritmo de alta de 0,23% em maio para 0,33% em junho, sob impacto, principalmente, da elevação de 1,32% nas carnes, que subiram pelo quinto mês consecutivo.
As carnes acumulam um aumento de 38,17% em doze meses Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-15,38%), cebola (-13,70%), tomate (-9,35%) e frutas (-2,69%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,66% em junho, desacelerando em relação a maio, quando tinha avançado 0,98%. O lanche subiu 0,24%, enquanto a refeição aumentou 0,85%.
Habitação
As famílias gastaram 1,10% a mais com habitação em junho, uma contribuição de 0,17 ponto para a taxa de 0,53% registrada pelo IPCA no mês passado. A energia elétrica aumentou 1,95% em junho. Embora tenha subido menos que no mês anterior (5,37%), a conta de luz ainda foi o item de maior impacto individual para o IPCA, uma contribuição de 0,09 ponto percentual.
Em junho, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2 – acrescentando R$ 6,243 à conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos – em substituição à bandeira vermelha patamar 1 que vigorou em maio (cujo acréscimo era menor, de R$ 4,169). O gás de botijão subiu 1,58% em junho, enquanto o gás encanado aumentou 5,01%.
Transporte
Os gastos das famílias com transportes passaram de uma elevação de 1,15% em maio para uma alta de 0,41% em junho, um impacto de 0,09 ponto porcentual sobre a taxa de 0,53% registrada pelo IPCA Os combustíveis subiram 0,87% em junho, acumulando uma alta de 43,92% nos últimos doze meses.
A gasolina aumentou 0,69%, um impacto de 0,04 ponto percentual sobre a inflação medida pelo IPCA, após os preços já terem subido 2,87% em maio. Também ficaram mais caros em junho o etanol (2,14%), óleo diesel (1,10%) e gás veicular (0,16%).
Saúde
As famílias gastaram 0,51% a mais com Saúde e cuidados pessoais em junho, o equivalente a um impacto de 0,07 ponto na inflação do IPCA. A alta foi influenciada, principalmente, pelo plano de saúde, que ficou 0,67% mais caro, uma contribuição de 0,03 ponto porcentual para o índice de junho. Também houve pressão do aumento de 0,68% dos itens de higiene pessoal, impacto também de 0,03 ponto percentual na inflação.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,60% em junho, após um avanço de 0,96% em maio, segundo o IBGE. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,95% no ano. A taxa em doze meses ficou em 9,22%. Em junho de 2020, o INPC tinha sido de 0,30%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos (de R$ 1.100 a R$ 5.500) e chefiadas por assalariados.
Sinapi
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) registrou inflação de 2,46% em junho deste ano. É a maior taxa mensal da série histórica iniciada em 2013. Em maio, a taxa ficou em 1,78%. Já em junho de 2020, o índice havia ficado em 0,14%. Com o resultado de junho deste ano, o Sinapi acumula taxas de inflação de 11,38% no ano e de 20,92% em doze meses.