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A saúde pública no Brasil – parte 3

Essa variável intitulada saúde pública, no caso específico do Brasil, apresenta um histórico através dos tempos de carência crônica de recursos que tem estado muito aquém das necessidades mínimas da população bra­sileira. Fazendo uma retrospectiva constatamos, que até um passado recente a parte que podemos dizer, de saúde pública ou medicina preventiva, como a assistência através de campanhas de vacinação ou de higiene como eram assim chamados os conselhos à população para cuidar bem da saúde, como hábitos saudáveis, eram de competência do Ministério da Saúde.

Já a parte assistencial propriamente dita, isto é a assistência médica em toda a sua extensão incluindo assistência médica hospitalar e outras formas de atendimento médico à saúde ficava à cargo do INPS – Instituto Nacional de Previdência Social.

Esse modelo funcionou até o término da ditadura e apresentava inúmeras deficiências em sua maior parte decorrentes da falta de investimentos, o que sempre foi uma constante no que diz respeito à assistência à população brasileira em todos os seus componentes como a educação, o saneamento básico, a habi­tação e outros. Após a redemocratização do país e a nova constituição de 1988 houve uma mudança radical na estrutura no que diz respeito às questões relacio­nadas à saúde, que ficou toda concentrada no Ministério da Saúde.

Em decorrência da nova estruturação criaram-se duas novas leis que pas­saram a regulamentar a saúde pública no Brasil. Desse modo foi criado o SUS – Sistema Único de Saúde e que se constituiu num novo modelo de assistência em que sua operacionalização foi um modelo tripartite, onde as responsabilida­des seriam compartilhadas entre a união, os estados e os municípios. Do ponto de vista teórico tratou-se de um modelo que foi elogiado por todo mundo, como um modelo abrangente e que foi considerado o modelo de saúde pública abrangente maior do mundo. Mas na prática constatou-se que o modelo para funcionar bem união, estados e municípios teriam que operar harmonicamente.

Entretanto, questões políticas e administrativas dificultaram a evolu­ção do processo e/ou uma análise aprofundada mostrou que esse esquema funcionava a contento em algumas poucas regiões do país, enquanto em outras simplesmente não funcionavam minimamente. Um fator agravante que pôde ser constatado é que a corrupção, essa velha conhecida dos brasi­leiros, a julgar pelo noticiário de mídia, tem causado enormes prejuízos ao sistema de saúde dos brasileiros. E isso tem sido uma constante na adminis­tração do país e que se agravou enormemente com a chegada da pandemia. Esta, quando atingiu o Brasil no começo do ano passado, encontrou um país completamente despreparado para uma situação de emergência tão grave.

Aliado a isso surgiu um novo componente e que vem causando enorme prejuízo ao país e que é a politização das questões da saúde. E isto é de extrema gravidade, pois leva a erros em cima de erros chegando ao extremo de haver propaganda de remédios associada às paixões políticas. Absurdo.

Percorrendo diversos países da atualidade, em nenhum deles ocorreu ou está ocorrendo situações tão esdrúxulas como essa. Nem nos países mais adiantados nem nos de desenvolvimento equivalente ao Brasil ou em países mais atrasados.

Associados a isso percorrendo também o noticiário de mídia ficamos cada vez mais estupefatos com uma avalanche de tentativa de corrupção na aquisição de vacinas, insumos ou equipamentos médicos de urgência ou de uso hospitalar. Isso é uma verdadeira afronta às pessoas do bem, tomar conhecimento de informações desse teor.

Enquanto isso a diminuição da média móvel do número de casos está ocorrendo e parece estar havendo, pelo menos no momento, em alguns estados uma diminuição no número de óbitos. No estado do Amazonas um dos mais castigados pela pandemia de ontem para hoje não houve nenhum óbito.

Mas paralelamente, há notícias da chegada, instalação e propagação de uma variante do vírus proveniente da Índia, a chamada variante delta, que é uma forma grave, não só possuidora de maior capacidade de transmissão como também com maior índice de gravidade e consequentemente de óbitos. E finalmente há que se constatar mais uma vez as lições de vida que precisam ser muito bem aprendidas tanto pelo governo como pela popula­ção. (Continua na próxima semana).

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