No ano passado, Ribeirão Preto registrou taxa de mortalidade infantil de 7,2 – número de óbitos em menores de um ano de idade por mil nascidos vivos –, o mais baixo índice já registrado na história da cidade. Os dados são da Divisão de Vigilância Epidemiológica (Sicaev), Departamento de Vigilância em Saúde, órgão da Secretaria Municipal da Saúde, e fazem parte do Plano Municipal de Saúde, disponível para consulta pública no site.
A série histórica traz dados desde 1994. Antes de 2020, a taxa mais baixa havia sido registrada em 2009, de 8,6 mortes por mil nascidos vivos. A mais alta foi constatada em 1995, de 20,2 óbitos. A mortalidade infantil compreende a soma dos falecimentos ocorridos nos períodos neonatal precoce (zero a seis dias de vida), neonatal tardio (sete a 27 dias) e pós-neonatal (28 dias e mais). O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) estima o risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida.
Geralmente é classificado em alto (50 ou mais), médio (20 a 49) e baixo (menos de 20). Em Ribeirão Preto, o CMI vem se mantendo em baixos níveis.
Isso se dá devido ao desenvolvimento de políticas públicas e ações preventivas que colaboram desde o atendimento pré-natal à gestante, a qualidade da assistência ao parto, o incentivo ao parto normal, a qualidade do atendimento ao recém-nascido, o incentivo ao aleitamento materno, à vacinação e às consultas médicas e de enfermagem.
“Ribeirão Preto se destaca mais uma vez nesse quesito, pois as altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, nos baixos níveis de saúde, de desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida, a causas preveníveis, relacionadas ao acesso e utilização dos serviços de saúde, além da qualidade da assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido”, explica o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini.
Ao longo dos anos, de acordo com o diagnóstico técnico, o Comitê e as equipes dos Programas de Saúde da Mulher e da Criança vêm desenvolvendo propostas e ações com os profissionais da Atenção Básica e da Atenção Hospitalar, mantendo vigilância da assistência ao pré-natal e ao recém-nascido, procurando conhecer e minimizar as dificuldades existentes, particularmente aquelas identificadas como de “risco”.
A Secretaria Municipal de Saúde e a sociedade civil organizada (representantes dos hospitais que prestam serviços na assistência às mulheres e crianças, escolas de enfermagem e medicina), contando com a participação de médicos ginecologistas, pediatras e enfermeiros, cuja atribuição é dar visibilidade, acompanhar e monitorar os óbitos infantis e maternos, investigam todos os óbitos infantis de residentes no município em reuniões quinzenais.
Evolução da taxa de mortalidade infantil