Um rato de Gould, que havia sido dado como extinto há mais de 150 anos, foi encontrado vivo em uma ilha na Austrália. A descoberta, ao mesmo tempo que é animadora, também preocupa alguns especialistas na fauna australiana, já que é um sinal de que a biodiversidade do país, que é uma das mais ricas do mundo, está se perdendo aos poucos.
De acordo com os pesquisadores, o rato de Gould, um animal endêmico da Austrália, havia perdido o último de seus indivíduos em meados do século XIX. Contudo, enquanto uma equipe estudava o declínio de espécies nativas do país, foi descoberto, através de um estudo comparativo de DNA, que o rato de Gould não estava extinto, sendo conhecido hoje como rato Shark Bay.
O rato Shark Bay pode ser encontrado em ilhas ao redor da costa australiana, porém, ele também já esteve presente no continente, antes da chegada dos europeus. Os roedores nativos representam cerca de 41% das extinções de mamíferos da Austrália desde o final do século XVIII.
Uma descoberta chocante
“É empolgante que o rato de Gould ainda esteja por aí, mas seu desaparecimento do continente destaca a rapidez com que essa espécie passou de ser distribuída na maior parte da Austrália, para sobreviver apenas em ilhas na Austrália Ocidental”, disse uma das biólogas responsáveis pela descoberta, Emily Roycroft, ao Cnet. “É um colapso enorme da população”, completou ela.
Roycroft é a principal autora de um artigo sobre roedores publicado na revista Procedimentos da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América. Em sua conclusão, a descoberta foi descrita como “chocante”.
Além do rato de Gould, foram feitas análises comparativas entre os ratos Shark Bay e outras oito espécies consideradas extintas. Segundo o estudo, todos esses roedores já tiveram populações enormes e generalizadas, porém, o impacto da colonização europeia foi catastrófico para elas.
Segundo Roycroft, a introdução de alguns animais, como gatos selvagens, além da introdução de espécies invasoras para a limpeza das áreas para agricultura. “Ainda temos muita biodiversidade a perder aqui na Austrália”, disse Roycroft, “e não estamos fazendo o suficiente para protegê-las”.
Via Olhardigital