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Cultura

Artur Xexéo morre no Rio aos 69 anos

REPRODUÇÃO/GLOBONEWS

Jornalista, escritor, cronis­ta, autor teatral e comentaris­ta, Artur Xexéo, de 69 anos, morreu no domingo, 27 de junho, no Rio de Janeiro. O jornalista tinha sido diagnos­ticado com um linfoma não Hodgkin de células T há duas semanas e na última sexta-fei­ra (25) teve uma parada cardí­aca. A notícia foi confirmada pela GloboNews, onde Xexéo trabalhava como comentaris­ta do programa Estúdio I.

O linfoma não Hodgkin é um câncer que tem ori­gem nas células do sistema linfático – parte do sistema imunológico. O jornalista fez a primeira sessão de quimio­terapia na última quinta-fei­ra (24). Na sexta, depois de sofrer uma parada cardior­respiratória, foi intubado, e acabou tendo um choque séptico. Ele estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, na Zona sul.

O jornalista Ancelmo Gois, colunista do jornal O Globo, foi o primeiro a dar a notícia da morte do comentarista. Ele definiu o amigo como “um mal humorado muito engraça­do”, com quem trabalhou nas redações da Veja, do Jornal do Brasil e de O Globo.

“Ele era muito espiritu­oso, engraçado, inteligente, generoso, um dos melhores amigos que a vida me deu”, afirmou Gois, em entrevis­ta à GloboNews. “Eu acho que o jornalismo, e não só o jornalismo, mas toda a cul­tura brasileira, perdem um personagem importante, de grande valor. Através de seu trabalho, ele celebrou nosso cinema, nosso teatro, nossas artes. E era um grande cro­nista, que transformava as­suntos aparentemente banais em coisas grandiosas.”

O jornalista Arthur Dapieve, que também é co­mentarista do Programa Es­túdio I, escreveu nas redes sociais sobre o colega de ban­cada e ex-editor: “Tenho que me despedir dele, inconfor­mado”, escreveu, lembrando que foi Xexéo quem lhe deu as boas-vindas no programa da GloboNews, que ele pas­sou a integrar em 2018. “Foi tudo muito abrupto, muito rápido, muito sofrido.”

Colunista do Jornal do Brasil e do jornal O Globo, Xexéo também teve passa­gens por Veja. Desde 2015, ele participava da transmis­são do Oscar na TV Globo. Ele também foi comentarista da rádio CBN, onde partici­pava de um programa junto com Carlos Heitor Cony.

Como jornalista, ele co­meçou a trabalhar em 1978, no Jornal do Brasil. Em 1985, virou subeditor da Revista de Domingo, suplemento de fim de semana do Jornal do Bra­sil. Em 1992 se tornou colu­nista do jornal, desenvolven­do um estilo próprio de texto, que acabou se tornando sua marca registrada.

“Eu acho que eu passava essa impressão escrevendo”, afirmou em entrevista. “Ah, eu vejo você falando quando leio o que você escreve. E ai eu co­mecei a ver as coisas que davam certo, então se tivesse mais hu­mor, realmente agradava mais.”

Em 2000 ele foi para O Globo, onde virou colunista. Foi também editor do suple­mento Rio Show e do Segun­do Caderno. Entre os seus li­vros estão as biografias “Janete Clair: a usineira de sonhos” e “Hebe, a biografia”, além do livro de crônicas “O torcedor acidental”. Escreveu peças te­atrais e roteiros de TV (entre eles os das séries “Pé na Cova” e “O Sexo e as Negas”).

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