Tribuna Ribeirão
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Trabalho infantil atingia 1,8 mi jovens em 2019

VALTER CAMPANATO/AG.BR.

Um levantamento feito pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho In­fantil (FNPETI) mostra que em 2019 havia 1,8 milhão de crianças e adolescentes em tra­balho infantil, número 4,8% menor do que no ano de 2018. Desse total, 704 mil (38,4%) exerciam algumas das piores formas de trabalho infantil.

Os dados do estudo “O Trabalho Infantil no Brasil: Análise dos Microdados da PnadC 2019”, divulgados nesta segunda-feira, 21 de ju­nho, pelo FNPETI, mostram que 1,206 milhão eram meni­nos e 626 mil, meninas e que 1,202 milhão eram negros e 630 mil, eram brancos.

Em um recorte pela faixa etária, os dados indicam que a maioria tinha 16 e 17 anos, 448 tinham 14 e 15 anos, e 285 tinham de 10 a 13 anos. As regiões do país onde mais havia crianças e adolescen­tes trabalhando foi o Su­deste, seguido do Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.

Do total de crianças e ado­lescentes em trabalho infantil em 2019, 866 mil não eram remunerados ou trabalhavam para consumo próprio. Entre as principais ocupações (o que é feito no trabalho) apa­recem os balconistas (6%), trabalhadores rurais (4,9%), escriturários (4,9%), cuida­dores de crianças (3,8%), tra­balhadores qualificados da agricultura (3,5%) e demais ocupações (76,7%). A maio­ria (734 mil) era empregada sem carteira assinada.

Com relação à atividade do estabelecimento onde tra­balham 5,5% são comércios de alimentos, bebidas e fumo, 5,2% são restaurantes, 5,1% serviços domésticos, 4,9% cria­ção de bovinos, 4,6% manufa­turamento e reparo de veículos e 74,8% em demais atividades. Segundo o levantamento, 807 mil eram empregados em es­tabelecimentos de serviços e 507 mil em estabelecimentos de agricultura.

Afazeres e cuidados domésticos
Segundo o estudo, do total de crianças e adolescentes bra­sileiros, que em 2019 era cerca de 38 milhões na faixa etária de 5 a 17 anos, pelo menos 51,8% (19,8 milhões) exerciam afazeres e cuidados domés­ticos. Em média 7,7 horas da semana eram ocupadas pelos cuidados domésticos. Aquelas em trabalho infantil doméstico dedicaram 18,3 horas por semana a esse tipo de ocupação. Em ambas as atividades o total foi de 27,2 horas semanais. Isso significa que as crianças e adolescen­tes trabalhadoras podem ter quase 50% do dia comprome­tido com trabalho e afazeres.

Qualquer pessoa pode denunciar vítimas do abuso infantil pelo Disque 100 que conta agora com números no WhatsApp e Telegram (basta apenas digitar “Direitoshuma­nosbrasilbot” no aplicativo). Além desses canais, até o fim do mês de julho, um novo apli­cativo, com linguagem voltada especificamente para as crian­ças deverá ser lançado.

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