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Nova espécie de libélula é descoberta em São Carlos

© Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira/Ufscar/Direitos reservados

Um professor e um bió­logo da Universidade Fede­ral de São Carlos (UFScar), no interior paulista, desco­briram uma nova espécie de libélula. O inseto foi encon­trado, em uma pesquisa de campo, em um fragmento de mata de cerrado no próprio campus da instituição.

Conhecido popularmente como lavadeira ou donzelinha, o inseto foi visto na área do córrego do Espraiado, no cam­pus da Ufscar, pelo professor Rhainer Guillermo Nascimen­to Ferreira, do Departamento de Hidrobiologia (DHb) e pelo biólogo da UFScar e mestran­do em entomologia pela Uni­versidade de São Paulo (USP), Rodrigo Roucourt Cezário.

“Nós do laboratório tra­balhamos há alguns anos no córrego do Espraiado e, um certo dia, percebi um macho dessa espécie pousado em uma árvore alta. Não conse­guia capturá-lo para exami­ná-lo, mas a pulga ficou atrás da orelha porque uma espé­cie desse gênero azul é algo raro”, diz o professor Ferreira.

“Comentei com meu aluno de mestrado, Rodrigo Cezário, que provavelmente tínhamos uma espécie nova no local, mas nunca encontramos de novo. Até que, no ano passa­do, Rodrigo encontrou vários em um mesmo dia, inclusive fêmeas”, acrescenta.

De acordo com ele, as ca­racterísticas que diferenciam a nova espécie das demais libélu­las são muito específicas, mas a coloração azul do inseto é um aspecto que pode ser notado pelo público em geral. “Não se trata de uma característica ex­clusiva, mas a grande maioria das espécies desse gênero tem um tom ocre amarelado”, diz.

Atualmente há mais de seis mil espécies de libélulas no mundo. No Brasil, são mais de 700 espécies registradas. Segundo o professor, o inseto é um predador voraz na sua fase larval aquática, quando consome larvas de mosquitos e outros animais pequenos, e também quando adultas.

“São as grandes responsá­veis por controlar populações de outros insetos e manter o equilíbrio ecológico. Além disso, são muito sensíveis à poluição das águas e ao desmatamento, sendo utilizadas como bioin­dicadores e espécies bandeira para a conservação do Cer­rado, da Mata Atlântica e da Amazônia”, destaca Ferreira.

A nova espécie foi batiza­da como “Heteragrion gorbi sp.nov.”, em homenagem ao professor Stanislav Gorb, da Universidade de Kiel, na Ale­manha, pesquisador de libé­lulas. O artigo inédito sobre o estudo, que contou com apoio financeiro do Conselho Nacio­nal de Desenvolvimento Cien­tífico e Tecnológico (CNPq), está disponível na íntegra na plataforma aberta Europe PMC.

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