A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reviu para baixo sua projeção de colheita de grãos na safra 2020/21, para 262,13 milhões de toneladas. O total a ser colhido, conforme a estatal em seu nono levantamento é 3,88% menor em relação ao projetado no mês de maio, quando o montante apurado alcançava 271,7 milhões de toneladas.
Os números foram divulgados nesta quinta-feira, 10 de junho, pela Conab e fazem parte do seu nono levantamento de safra referente ao atual ciclo. Já a área plantada deve alcançar 68,7 milhões de hectares, ou 4,2% mais ante 2019/20. O destaque fica com a soja, com aumento de 1,6 milhão de hectares, e para o milho segunda safra, com ganho de 8,4%, o que corresponde a 1,15 milhão de hectares.
A revisão para baixo na colheita total ocorreu por causa de problemas climáticos nas lavouras de segunda safra, que afetaram as estimativas de produtividade, segundo a Conab. “Apesar da queda de 9,57 milhões de toneladas comparada à estimativa do mês anterior, o volume total a ser colhido ainda é superior ao da safra passada”, ressalta o boletim da estatal.
A principal quebra nas lavouras de inverno ocorreu com o milho de segunda safra, por cauda da baixa incidência de chuvas entre abril e maio. Assim, a Conab estima colheita total do grão em 96,4 milhões de toneladas, sendo 24,7 milhões de toneladas na primeira safra, 69,9 milhões na segunda e 1,7 milhão na terceira, queda de 6% ante a produção de 2019/20.
Para a soja, a Conab consolidou o recorde previsto no levantamento anterior. Com a colheita encerrada, a produção fechou em 135,86 milhões de toneladas, ou 8,8% mais ante 2019/20, ou, ainda, onze milhões de toneladas a mais, o que mantém o País como principal produtor da oleaginosa.
Em relação ao feijão, a colheita deve se manter em três milhões de toneladas nas três safras do grão. A segunda safra está em colheita e a terceira em fase de plantio. “Outro importante produto para os brasileiros, o arroz tem produção estimada em 11,6 milhões de toneladas, aumento de 4% frente ao volume produzido na safra anterior”, diz em nota.
No caso das culturas de inverno, o plantio foi iniciado em abril e intensificado em maio. Destaque para o trigo, produto no qual as estimativas preliminares indicam uma área plantada de 2,5 milhões de hectares e uma produção de 6,94 milhões de toneladas.
IBGE
A safra agrícola de 2021 deve totalizar um recorde de 262,8 milhões de toneladas, 8,6 milhões de toneladas a mais que o desempenho do ano anterior, um crescimento de 3,4%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de maio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao levantamento de abril, houve recuo de 0,6% na estimativa para a safra deste ano, o equivalente a 1,7 milhão de toneladas a menos.
Os produtores brasileiros devem colher 68 milhões de hectares na safra agrícola de 2021, uma elevação de 3,9% em relação à área colhida em 2020, o equivalente a mais 2,5 milhões de hectares. Em relação à estimativa de abril, a área a ser colhida aumentou 0,2%, com 119,7 mil hectares a mais.
Em relação à soja, o Brasil deve colher novo recorde da oleaginosa. O IBGE projeta que a produção da soja deve crescer 9,4% ante 2020, totalizando 132,9 milhões de toneladas. Já a safra de arroz será 2,8% maior, somando 11,4 milhões de toneladas. O cultivo de algodão herbáceo deve cair 19,7%, para um total de 5,7 milhões de toneladas.
Quanto ao milho, a expectativa é de um recuo de 3,9% na produção, devido a uma redução de 2,8% no milho de primeira safra, além de queda de 4,3% no milho de segunda safra. A produção total de milho será de 99,2 milhões de toneladas em 2021. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da safra nacional de grãos, que, somados, representaram 92,6% da estimativa da produção e responderam por 87,7% da área a ser colhida.