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Prédio que desabou era irregular

RICARDO MOARES/REUTERS

O homem apontado pela Polícia Civil como construtor do prédio de quatro andares que desabou na madrugada de quinta-feira, 3 de junho, em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro, causando a morte de duas pessoas, é Ge­nivan Gomes Macedo, pai de uma vítima e avô de outra.

Ele foi localizado pela De­legacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e In­quéritos Especiais (Draco) e se apresentou espontaneamente à 16ª DP (Barra da Tijuca), uma das envolvidas na investigação do caso, onde prestou depoi­mento. O imóvel era irregular perante a prefeitura do Rio de Janeiro. Macedo disse que não tem ligação com milícias.

Disse ainda que ele mes­mo começou a construir o prédio 25 anos atrás e que apenas pessoas da família dele moravam no local. Admitiu que a obra não tem engenhei­ro ou arquiteto responsável e que usou seus conhecimentos e sua experiência como pe­dreiro para erguer os andares. Confessou que foi construindo cada andar conforme a família ia aumentando.

Macedo é pai de Nathan de Souza Gomes, de 30 anos, e avô de Maitê Gomes Abreu, de 2 anos, as duas pessoas mortas no desabamento. Se confirmado que ele construiu o imóvel, será descartada a suposição de que o imóvel teria sido erguido por milicianos, como é comum na região de Rio das Pedras.

Macedo disse no depoimen­to que não sabia haver qualquer tipo de problema com o imóvel. Ele relatou, porém, que há cerca de 15 dias uma janela do imóvel estourou, o que já podia ser os primeiros sinais de movimenta­ção da estrutura, mas se pensou que tivessem jogado alguma pe­dra contra a vidraça.

A Secretaria Estadual de Polícia Civil do Rio montou uma força-tarefa reunindo qua­tro delegacias. Estão no grupo a 16ª DP, 32ª DP, Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e In­quéritos Especiais.

Vão apurar as circunstân­cias do desabamento do prédio e o possível envolvimento de milicianos em construções irre­gulares na região. Policiais civis foram ao local e conversaram com testemunhas e vítimas. A perícia será realizada assim que os bombeiros terminarem o trabalho nos escombros.

Segundo nota emitida na tarde desta quinta-feira pela Po­lícia Civil, diligências estão sen­do realizadas para esclarecer as causas do desabamento e o pos­sível envolvimento de milicianos em outros empreendimentos imobiliários da região.

Seis imóveis vizinhos ti­veram que ser interditados depois de serem afetados pelo desabamento. O corpo do homem foi o último a ser res­gatado dos escombros pelos bombeiros, no início da tarde. A mulher que perdeu marido e filha está no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e tem quadro de saúde grave e instável.

Maria Quiara Abreu, de 26 anos, foi levada para o Hospi­tal Miguel Couto, na Zona Sul, após ser retirada dos escom­bros – ela estava no mesmo cômodo de Nathan Gomes e Maitê Gomes Abreu. A outra vítima do desabamento, uma mulher de 28 anos, também segue internada, mas o quadro de saúde é considerado estável.

Nataniela de Souza Brás está no Hospital Lourenço Jorge, na Zona Oeste. Às nove horas desta sexta-feira (4), a prefeitura do Rio de Janeiro retomou o trabalho de remo­ção dos escombros. Ao todo, segundo o Executivo carioca, 60 pessoas de diferentes áreas estão mobilizadas na operação.

Inclui a retirada de entulhos, vistorias e auxílio a moradores. Ainda é prevista a demolição de mais dois prédios. Após a limpe­za da área afetada, as pastas de Conservação, Infraestrutura e a Defesa Civil analisarão o ris­co de desabamento de outros imóveis do entorno.

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