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O princípio da incerteza

Você já ouviu falar nesse princípio? Ele se refere ao trabalho de um físico, chamado Wemer Karl Heisenberg. Ele estudou o movimento de partículas subatômicas na fí­sica quântica e concluiu que é impossível medir no mesmo instante e com exatidão a posição e a quantidade de movi­mento de uma partícula e, portanto, calcular a sua intera­ção e prever como ela irá se comportar. A mecânica clássica propõe algo bem diferente, na qual cálculos e previsões são relativamente simples.

O princípio da incerteza de Heisenberg influenciou profundamente o psicanalista inglês Wilfred Ruprecht Bion. Ao pensar sobre seus pacientes e suas vidas, ele apresentou a ideia de que tanto para o analista como para o paciente é impossível conhecer com exatidão a perso­nalidade. Quando se acredita ter conhecido uma faceta da experiência, ela já pode ter se transformado em algo novo. Mais inalcançável ainda seria prever com exatidão como uma pessoa irá se comportar no futuro.

A pandemia nos escancarou a incerteza, o não saber. Ficamos assustados e cheios de dúvidas sobre o novo vírus, a transmissão, grau de infecção, mortalidade. O mundo que conhecíamos mudou, agora precisamos de máscaras no rosto, higienizar as mãos com frequência, nos distanciar das pessoas, trabalhar remotamente e inúmeras outras restrições. Mesmo com as vacinas ainda não sabemos como tudo isso vai ficar. Para nós estrangeiros fica a dúvida de quando pode­remos com tranquilidade rever nossos familiares e amigos, ainda como ficará a segurança e saúde deles e a nossa.

“Como será o amanhã? O que irá nos acontecer?” Per­gunta o compositor. Procurar uma resposta pode gerar an­siedade, medo, paralisia ou ainda quem sabe, nos ensinar a ter tolerância na espera. Cada um de nós tem um jeito de buscar responder a essas perguntas e lidar com a ansieda­de, pode ser através do amparo pelo ser divino, pelo santo que confiamos mais, na pedra que passa energias positivas, as meditações etc. Junto com todas essas formas de busca peta resposta, pelo que está por vir, a espera se faz necessária. Espera – esperança!

Em tempos sombrios, de incertezas radicais, alguns pensadores também podem nos trazer alguma luz para nos acompanhar. O filósofo Jean-Paul Sartre diz “e eu ainda sinto a esperança como minha concepção de futuro”. A esperança como um caminho para o futuro, que precisa se construir, com um aprendizado ativo. A sabedoria popular reconhece a esperança como um importante recurso para o não conhe­cido, ela é a “última que morre”. Um bom amparo para as incertezas comuns do dia a dia e as incertezas radicais que vivemos ultimamente.

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