Em março de 2020, a Pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP) divulgou que o valor médio de venda dos imóveis residenciais usados no Estado de São Paulo era de R$ 478 mil. De lá para cá, muitos fatores tiveram influência no mercado imobiliário, incluindo o grande impacto causado pela pandemia e as medidas de isolamento decorrentes da doença.
Mesmo assim, os profissionais do segmento foram se reinventando e conseguiram, em sua maioria, driblar os efeitos negativos causados por esse cenário mundial. As vendas permaneceram estáveis em 2020 e, ao que tudo indica, a tendência para este ano é de equilíbrio. Com isso, o valor médio de venda dos imóveis, nas 898 imobiliárias consultadas pelo CRECISP em todo o Estado, acumulou alta de 53,39% ao longo dos últimos 12 meses, chegando a R$ 604 mil, em março último.
Em termos de volume negociado, os resultados também foram melhores em março que em fevereiro, com índice comparativo 14,62% maior. Das quatro regiões em que a Pesquisa CRECISP divide o Estado, somente a Grande São Paulo (que inclui as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Guarulhos e Osasco) apresentou queda na venda de casas e apartamentos entre fevereiro e março (-3,11%). Na capital, as vendas cresceram 23,02%; no Interior, 40,45%; e no Litoral, 9,3% no período.
Para o presidente do Conselho, José Augusto Viana Neto, esse mapeamento indica que o consumidor percebeu a necessidade da casa própria e optou por aproveitar o momento, com taxas de juros menores e melhores condições para a aquisição. “A alta do IGPM também contou pontos, e fez com que houvesse uma troca do pagamento do aluguel pelo da prestação de um financiamento. Isso se refletiu na queda no número de casas e apartamentos alugados em março, que ficou 2,4% inferior ao registrado em fevereiro.”
Mais da metade dos negócios realizados nesse período foi por meio de financiamento imobiliário. Somados os créditos concedidos pela Caixa e pelos bancos privados, essa fatia respondeu por 52,96% das vendas. As transações à vista representaram 41,65% dos negócios e os financiamentos direto com o proprietário, 3,95%. Os consórcios ficaram com a menor parte: apenas 1,44% das vendas.
Cancelamentos se igualam a novas locações
Em março, a quantidade de contratos de aluguel cancelados foi praticamente a mesma das novas locações firmadas entre locadores e locatários. Em todo o Estado, o número de desistências chegou a 99,20% das novas contratações. A maioria (58,09%) das casas e apartamentos devolvidos se deu por conta de motivação financeira.
O fiador segue firma como a modalidade de garantia preferida dos inquilinos, respondendo por 40,76% das locações. Na sequência, surgem o depósito de três meses de locação em poupança (20,32%); o seguro fiança (19,72%); a caução de imóveis (8,97%); a cessão fiduciária (7,28%) e os aluguéis sem garantia (2,94%).
O número de casas e apartamentos alugados em março caiu 2,4% na comparação com fevereiro, embora ainda acumule saldo positivo de 9,63% em 2021. A queda também apareceu na capital (-21,46%) que se destacou das demais regiões do Estado. O interior registrou alta de 6,58% nas locações; o litoral, alta de 2,07% e a Grande SP, alta de 6,25% nesse período.
O índice de inadimplência registrado em fevereiro havia atingido 4,82% e em março passou a 5,64%, indicando um crescimento de 16,95% no Estado de São Paulo.
Mercado também teve alta em Ribeirão
Em Ribeirão Preto, o mercado imobiliário teve um expressivo aumento em 2020 e no primeiro trimestre de 2021, tanto para venda de imóveis residenciais novos, quanto para venda de imóveis de terceiros. A afirmação é de André Festuccia, diretor da J. Lourenço Imóveis, imobiliária sediada em Ribeirão Preto, e que reflete os números da pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP).
Os juros atrativos, com taxas baixas, incentivaram na aquisição de imóveis para moradia ou investimentos, segundo Festuccia. “Para nossa cidade de Ribeirão Preto, foi um cenário muito positivo e uma alta nas vendas”, completa o corretor.
A gerente comercial da Magna Imóveis, imobiliária com sede em Ribeirão Preto, Jerusa Zanato, confirma o cenário favorável para compra e venda de imóveis. “Um cliente que tem um valor de entrada, está utilizando para compra do imóvel, que é sempre uma excelente garantia de investimento, pois entra crise e sai crise, o imóvel sempre estará ali, e dificilmente perderá seu valor. Sempre dizemos que o imóvel valoriza, ou mantém seu valor. Então é sempre um ótimo investimento”, explica Jerusa.
Com a pandemia de covid-19 e o distanciamento social, os corretores de imóveis e as imobiliárias tiveram que se reinventar. “Tivemos que fazer algumas adaptações, porque as visitas aos imóveis ficaram mais restritas. Oferecer imagens e vídeos de boas qualidades para as pessoas interessadas para que elas possam conhecer o imóvel e se houver interesse agendar a visita. A pandemia fez mudar a forma de trabalhar, fez investir no marketing”, diz Chrisleide Vendruscolo Del Rosso, diretora da J. Lourenço.
A diretora da Magna Imóveis, Izabel Cristina Costa, explica que, entre outras medidas, investiu em anúncios e atendimentos. “Estamos com atendimento via e-mail, WhatsApp, enviamos fotos, vídeos, e sempre muito bem preparados para atender os clientes, com toda precaução e cuidado necessários. E também tentamos oferecer um serviço diferenciado aos vendedores e compradores que surte bastante efeito nos fechamentos, tais como negociação de valores, prazos, acompanhamentos de documentações, advogados na assistência de compra e venda, etc”, finaliza.