Tribuna Ribeirão
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Larga Brasa

Pega na mentira
Em uma grande emissora de rádio havia um programa “quen­te’ nas manhãs. O apresentador sempre apimentava os co­mentários com algumas músicas que faziam com que os ou­vintes entendessem o sentido da crítica de forma leve, mas palatável para os que acompanhavam. Eram várias músicas e dentre estas havia a “Pega na Mentira”, que fazia sucesso. Era colocada quando alguém prometia alguma coisa em época de campanha ou para reforço de posição política, cuja execução não seria verdadeira. Outras mais, como “Se Gritar Pega La­drão…”, eram colocadas quando se noticiava algo de Brasília e seus deputados, senadores, etc.

Campanha eleitoral
Nas campanhas eleitorais sempre havia uma rádio que co­mandava a irradiação para as demais. Ficava mais prático sintonizar a emissoras que eram obrigadas a transmitir os programas eleitorais, do que fazer um programa para cada uma delas. Os partidos políticos levavam para a emissora polo a programação pela manhã e à tarde para que os progra­mas fossem transmitidos. Sempre se diz que os programas são gratuitos, mas poucos sabem que partidos gastam muito dinheiro com profissionais de comunicação, com artistas, e principalmente com os marqueteiros especializados em elei­ções. As próprias emissoras são ressarcidas com abatimento de impostos depois de fazerem suas irradiações.

Eleições municipais
Em uma das últimas eleições municipais, uma emissora es­tava escolhida para ser a cabeça de rede, a que iria irradiar e as outras iriam retransmitir. Tudo certo, programas entregues na hora certa com recibo e contra recibo, etc. Abertura às 7 da manhã o locutor informa que esta no ar o horário eleito­ral e cita a legenda responsável por aquele horário. Entra o candidato de forma a conquistar eleitores, voz impostada, e começa a dizer o que iria fazer se eleito, embora não tivesse muita chance de ser o escolhido. O técnico de som, novato na emissora e não acostumado com os múltiplos botões da aparelhagem testava as músicas para depois colocá-las na programação normal do programa que as utilizava. Virou uma chavinha para o lado contrário e ao invés de ouvir só ele a música, colocou-a em rede geral, com todas as emissoras. Imaginem a música que ele tocou logo após as promessas do candidato: “Pega na Mentira”. Foi uma confusão geral. Ouvin­tes eleitores do candidato telefonaram para a emissora para reclamar, outros contrários para apoiar, mas a cidade inteira ouviu por todas emissoras a música pós-promessas.

Panos quentes
Como o erro foi involuntário o próprio apresentador do pro­grama ligou para o candidato e o informou do ocorrido e ele afirmou que estava tomando banho e ouvindo a programação quando surgiu a música critica. Ficou pasmo. Mas ele entendeu a situação do novo técnico e por bondade não o prejudicou. A própria emissora fez uma sindicância e constatou que o “erro foi da chavinha” e não do humilde rapaz. Passou de raspão.

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