Levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE/SP) sobre os procedimento feitos pelos 272 hospitais públicos do estado revelam um total de 97.615.606 procedimentos entre consultas, tratamentos, cirurgias, exames e atendimentos ambulatoriais. Os dados incluem as unidades hospitalares estaduais e municipais ao longo do exercício de 2020. A amostra representa 38.307 leitos existentes na rede de atendimento disponível.
O levantamento foi extraído a partir das bases de dados e de informações colhidas junto ao Ministério da Saúde e às pastas estaduais da Saúde e da Fazenda, e abrange 272 hospitais próprios administrados diretamente pelo Estado ou pelos municípios. Não estão incluídos no painel os hospitais de entidades sem fins lucrativos ou filantrópicos, como as Santas Casas de Misericórdia.
Do total de hospitais públicos disponíveis, 66 unidades estão localizadas na capital paulista e 206 se encontram em municípios do interior e do litoral do Estado. Ao todo, 171 hospitais (62,87%) estão sob gestão municipal e 101 unidades sob a responsabilidade do Estado – o que representa 37,13%. Destes, 102 são considerados de pequeno porte (até 50 leitos); 78 de porte médio (51 a 150 leitos); 69 de porte grande (de 151 a 500 leitos); quatro de porte especial (acima de 500 leitos) e 19 se enquadram na categoria outros, por se tratar de hospitais de campanha contra a covid-19.
O Painel contempla dois tipos de unidades: Hospitais Gerais (236), que representam 86,76% do total, e Hospitais Especializados (36), num percentual de 13,24%. No primeiro caso, foram realizadas 1.115.819 internações com permanência média de 5,7 dias por paciente. Já os atendimentos nas unidades especializadas alcançaram o montante de 132.566 internações, representando uma média de 7,22 dias por paciente internado.
Ribeirão Preto – Em Ribeirão Preto o levantamento mostrou que nos quatro hospitais públicos da cidade – Hospital Estadual, Centro de Referência da Mulher, Hospital Santa Tereza e Hospital das Clínicas – e no hospital Estadual de Serrana que também atende pacientes de Ribeirão Preto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizados 46.897 internações e 2.218.902 atendimentos, consultas e exames. O total de médicos que atuaram nestes locais no ano passado foi de 1.840 profissionais. Vale lembrar que o numero de internações é referente a todos os tipos de doenças, como por exemplo, a Covid-19.
Os dados obtidos de vários sistemas pelo TCE/SP podem ser acessados no ‘Painel da Saúde’ – ferramenta desenvolvida pela Corte para apresentar um panorama da assistência hospitalar pública prestada aos cidadãos e disponível para consulta pelo link https://bit.ly/3hifHlw.
Cresce ocupação de leitos de UTI para covid-19 nos últimos 15 dias
Pesquisa do SindHosp-Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, realizada entre 11 e 17 de maio, aponta que 85% dos hospitais estão com ocupação de suas UTI’s acima de 80%. Destes, 39% dos hospitais possuem ocupação de leitos de UTI para Covid-19 entre 91 e 100% e 46% com 81% a 90% de ocupação. A pesquisa ouviu 90 hospitais, com 8.713 leitos clínicos e 4.091 leitos de UTI de todo o Estado de São Paulo.
Na pesquisa anterior (30 de abril), 79% dos hospitais estavam com ocupação de suas UTIs acima de 80%, portanto, houve crescimento das ocupações em 7,5%. Para o presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin, esse cenário preocupa porque pode indicar tendência de alta.
Yussif Ali Mere Jr, presidente da Fehoesp-Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo alerta que a região de Ribeirão Preto segue com a mesma tendência de alta em ocupação de leitos. “O percentual de vacinação da população é muito baixo para dar segurança para relaxamento das restrições de circulação. O cenário de hoje comparado com meses atrás é de exaustão física e emocional dos profissionais de saúde, desde o pessoal de UTI até à recepção das unidades de saúde, sem contar a falta de profissionais em todos os setores”, afirma.
Segundo ele, além da falta de insumos, o custo exponencial dos gastos dos hospitais com internações prolongadas e dispendiosas está fazendo com que as instituições operem em previsão de equilíbrio porque não há como cortar ou contingenciar gastos, sem contar o custo irreparável de mortes que seriam evitáveis.
Estoque de medicamentos – 58% dos hospitais privados do Estado de São Paulo possuem estoque de medicação do kit intubação para pacientes Covid-19 para 10 e 15 dias, sendo que 24% possuem estoque para 10 dias, enquanto 34% para 15 dias. A reposição dos estoques está sendo feita lentamente pela indústria nacional e parte dos hospitais está importando medicamentos.
Nos últimos 10 dias, 86% dos hospitais apontaram aumento no preço dos medicamentos, sendo que 31% informaram aumentos de até 100%, enquanto 36% tiveram aumentos superiores a 100%.
Números da pesquisa
3% dos hospitais afirmam possuir estoque para menos de uma semana
3% informam ter estoque para uma semana
24% para 10 dias
34% para 15 dias
31% para até um mês
3% para mais de 1 mês
Estoque de oxigênio
51% têm estoque para 15 dias
28% para até um mês
7% para mais de um mês
5% menos de uma semana
6% para uma semana
3% para 10 dias
Problemas no combate à pandemia
63% citam o cancelamento de cirurgias eletivas
63% afastamento de colaboradores por problemas de saúde
53% número de pacientes superior à capacidade de atendimento
38% falta de profissionais de saúde
34% falta de médicos