Eles estavam entre nós? Uma publicação viralizou no Facebook afirmando que crânios de aparência estranha eram alienígenas e foram encontrados há apenas duas semanas no Peru. Balela. Os achados eram antigos, do final dos anos 1920, para ser mais exata. E também não eram extraterrestres. Eram mesmo humanos.
O jornal USA Today esclareceu confusão. As centenas de crânios foram encontradas pelo arqueólogo peruano Julio Tello, em Paracas, distrito banhado pelo Oceano Pacífico. A publicação na rede social dizia que o formato do crânio e das órbitas oculares provavam a origem alienígena.
Mas, eram apenas seres humanos comuns. “As órbitas oculares são normais, perfeitamente dentro da faixa de variação humana e se parecem com as órbitas oculares de outros crânios humanos do Peru”, disse Melissa Murphy, professora de antropologia da Universidade de Wyoming, em entrevista ao jornal.
O formato estranho das cabeças não são normais, mas pertenceram a pessoas. A deformação nos crânios aconteceu de maneira artificial. De acordo com a professora Murphy, as alterações foram feitas durante os primeiros anos de vida daquelas pessoas. Isso era realizado por diversos povos antigos do Peru. Faixas de tecido eram aplicadas para moldar as cabeças.
“Os povos pré-hispânicos na costa sul do Peru e em outras partes do Peru se engajaram nesta prática por milhares de anos. A modelagem deliberada da cabeça é uma forma de modificação cultural do corpo que marca coisas diferentes, como a identidade de uma pessoa, um rito de passagem, uma ocupação”, concluiu Melissa Murphy.
Os crânios, definitivamente humanos, estão em exibição no Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru. O local tem cerca de 17 mil peças, entre eixes funerários, múmias, esqueletos, crânios e partes de esqueletos de vários períodos. A coleção começou justamente com Julio Tello, que realizou expedições inicialmente em Paracas, Nasca, Marañón e Makatampu.