O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira, 12 de maio, que o Estado irá remanejar as vacinas e retomar, na próxima segunda-feira (17) a vacinação de gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto) com comorbidades a partir de 18 anos, em qualquer idade gestacional. A expectativa é atender cerca de 100 mil pessoas no grupo.
A coordenadora de Controle de doenças da Secretaria do Estado de São Paulo, Regiane de Paula, disse que o remanejamento de doses e a retomada da vacinação de grávidas e puérperas com comorbidades foi possível pela entrega de mais um lote da vacina do Instituto Butantan, produzido em parceria com a chinesa Sinovac, ao Ministério da Saúde, na manhã de ontem.
O imunizante não apresentou efeitos adversos graves no grupo de grávidas e puérperas. Conforme ressaltou, a imunização das grávidas e puérperas deve seguir com a aplicação da Coronavac, do Instituto Butantan, e doses da Pfizer, adquiridas pela prefeitura da capital. Em Ribeirão Preto, a vacinação depende do cronograma da Secretaria Municipal da Saúde, que deve se manifestar até sexta-feira (14).
Por enquanto, aguarda definição por parte do Estado. Na manhã desta quarta-feira, Regiane de Paula havia anunciado que o Estado iria manter a suspensão da vacinação de gestantes com comorbidades até que o Ministério da Saúde, por meio de uma nota técnica, detalhasse como Estados e municípios deveriam proceder com a situação.
A suspensão seguiu orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que recomendou a suspensão imediata do uso da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica britânica (Oxford/AstraZeneca) para gestantes.
No Brasil, o imunizante está sendo produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A orientação está em Nota Técnica emitida pela agência e divulgada na manhã de terça-feira. Segundo a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, o agendamento para este grupo teria início na manhã de anteontem.
A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). A decisão é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra a covid-19 em uso no país.
“O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, ressalta a Anvisa.
A vacina vinha sendo usada em gestantes com comorbidades. A morte de uma paciente de 35 anos no Rio de Janeiro levou à suspensão. Agora, só podem ser aplicadas nas grávidas a Coronavac e a Pfizer. Esta etapa de imunização previa a imunização de gestantes e puérperas que deveriam comprovar por meio de atestado médico se tem alguma das 22 comorbidades listadas.
O governador de São Paulo também anunciou para a partir do próximo dia 21 a vacinação das pessoas de 45 a 49 com deficiência permanente ou com comorbidades listadas no Plano Nacional de Imunização. A vacinação deve atender cerca de 695 mil pessoas.
O número totaliza 670 mil pessoas que possuem doenças crônicas e 25 mil deficientes contemplados com o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC). Nesta quarta-feira, teve início a vacinação das pessoas com comorbidades de 55 a 59 anos. O grupo é estimado em 900 mil pessoas.