Tribuna Ribeirão
Economia

Dia das Mães deve ‘girar’ R$ 12,2 bi

JF PIMENTA/ARQUIVO

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima para o Dia das Mães deste ano um volume de vendas de R$ 12,2 bilhões em todo o país, o que representa aumento de 47% em relação ao resultado de 2020, de R$ 8,26 bilhões.

O economista sênior da CNC, Fabio Bentes, diz que 2020 foi especialmente atípico para essa data, uma vez que o va­rejo não essencial estava fechado devido às medidas restritivas impostas pelas autoridades para o combate ao novo coronavírus.

Por isso, a CNC optou por comparar a expectativa de vendas de 2021 com a de 2019, que foi o último Dia das Mães normal do varejo. A movimentação finan­ceira prevista para a data ficou 2% abaixo em relação à de 2019, que alcançou R$ 12,34 bilhões.

O economista esclarece que por movimentar pratica­mente todos os segmentos do comércio, o Dia das Mães é considerado o “Natal do pri­meiro semestre”. Em 2020, as vendas do varejo para a data recuaram 33,1%, maior que­da da série histórica.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp), a expectativa é que os filhos gas­tem de R$ 100 a R$ 200 com o presente das mães na cidade. O cenário é diferente do encontra­do no mesmo período de 2020, quando as lojas estavam fecha­das e o faturamento caiu 30%.

Vestuário
O segmento de vestuário, calçados e acessórios costuma, tradicionalmente, liderar as ven­das nesse período do ano. Em 2020, movimentou R$ 1,6 bi­lhão, com redução de 62,7% em relação a 2019. Este ano, a previ­são de faturamento do segmento se eleva para R$ 4,09 bilhões, se­gundo a CNC, mostrando varia­ção positiva de 146%. “Vai mais que dobrar este ano”.

Em seguida, devem vir os ramos de móveis e eletrodo­mésticos (R$ 2,38 bilhões) e farmácias, perfumarias e cos­méticos (R$ 1,52 bilhão). Sobre o segmento de perfumaria, Ben­tes destaca que, além de ter um apelo natural associado à data, é um segmento de tíquete médio (valor médio das vendas de um período) também baixo.

Diz que a crise sanitária aca­ba provocando uma crise eco­nômica, pressão no orçamento das famílias, com desemprego ainda elevado e inflação alta. “Geralmente, quando você tem um cenário desfavorável para o orçamento familiar, esses seg­mentos crescem, como os de vestuário e perfumaria e cosmé­ticos, aos quais os filhos recor­rem no momento de aperto no orçamento”.

Mais baratos
De acordo com a CNC, da cesta de 17 bens e serviços para o Dia das Mães, somente cinco apresentaram retração na com­paração com o ano anterior: bolsas (-7,6%), artigos de ma­quiagem (-6,3%), livros (-3,1%), roupa feminina (-2,3%) e sapa­to feminino (-1,3%).

Em geral, a cesta apresenta a maior variação média desde 2016 (4,7% em 2021, contra 7,7%, em 2016). “É reflexo dessa inflação mais alta que a gente está experimentando este ano, primeiro do efeito da inflação de alimentos no início do ano e, depois, pela inflação de combustíveis. Quando a inflação é mais alta, isso acaba se espalhando para determina­dos preços do comércio”.

Levando em consideração a desvalorização do real no período, o economista afirma que fica muito difícil para o varejista não repassar deter­minados aumentos de preço. “Quem tende a repassar é o va­rejista que está com a corda no pescoço”. Para o varejo de ves­tuário, isso ainda não ocorreu.

Em contrapartida, os setores que apresentaram os maiores aumentos foram os de TV, som e informática (19,2%), joias e bi­juterias (14,4%) e flores naturais (13,3%). Bentes afirmou que em relação à TV, som e informática, o segmento vem de um ano não tão difícil, porque as famílias ficaram em casa e passaram a consumir mais esse tipo de pro­duto, o que abriu espaço para a recomposição de margem.

Além disso, boa parte desses produtos é montada no Brasil com componentes importados, nos quais o dólar alto acaba ten­do impacto no preço. O mesmo ocorre em relação ao setor de joias e bijuterias, em que o pre­ço das matérias-primas é cotado em dólar. “Então, quando o dó­lar sobe, acaba jogando também esses preços para cima”.

Por estado, São Paulo (R$ 4,46 bilhões), Minas Gerais (R$ 1,13 bilhão) e o Rio de Ja­neiro (R$ 1,2 bilhão) tendem a responder por mais da metade (55,4%) da movimentação fi­nanceira com a data das mães este ano, no varejo. Todas as unidades da Federação deve­rão acusar avanço real em rela­ção ao resultado de 2020.

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