Tribuna Ribeirão
Geral

Estado de SP inicia produção de vacina

O Instituto Butantan come­çou a produzir nesta quarta-fei­ra, 28 de abril, o primeiro lote de 18 milhões de doses da Bu­tanvac, primeira vacina nacio­nal contra o coronavírus. Este será o primeiro imunizante do tipo fabricado integralmente no país, sem a necessidade de importação da matéria-prima, como ocorre atualmente.

A produção teve início mes­mo sem o aval da Agência Na­cional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sem teste em huma­nos. “Nesta primeira etapa, o Butantan vai produzir 18 mi­lhões de doses da vacina pronta para o uso já na primeira quin­zena de junho, assim que o pro­cesso de aprovação da Anvisa for concluído”, diz o governador João Doria (PSDB).

“Essa produção vai alcançar 40 milhões de doses. Mas a ca­pacidade de produção da fábrica do Butantan seguramente é para 100 milhões de doses até o final deste ano. No ritmo que tem tra­balhado, se houver velocidade na aprovação da Anvisa, ainda neste ano o Butantan poderá produzir até 150 milhões de do­ses da Butanvac”, afirma Doria.

O primeiro lote de 520 mil ovos chegou ao complexo fabril do Butantan e imediatamente foi enviado às incubadoras para transferência e inoculação do ví­rus. A partir da próxima sema­na, após período de incubação em ambiente isolado, estão previs­tas as etapas de colheita do líquido alantóico, clarificação, concentra­ção, purificação e inativação do vírus para a obtenção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).

As fases seguintes, com cronograma ainda a definir, serão o envase e o processo de inspeção de qualidade. Outros cinco lotes com mesma quan­tidade de ovos do primeiro de­verão chegar ao Instituto Bu­tantan até a próxima semana para os processos de produção da matéria-prima, totalizando cerca de seis milhões de doses em IFA até o dia 18 de maio.

A tecnologia para obtenção do IFA da Butanvac, largamente dominada pelo Butantan, já está disponível na fábrica de vacinas contra a gripe do instituto, e usa o cultivo de cepas em ovos de galinha, que gera doses de vacinas inativadas, feitas com fragmentos de vírus mortos. A Butanvac utiliza o vírus da Do­ença de Newcastle geneticamen­te modificado, desenvolvido por cientistas norte-americanos na Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova York (EUA). O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra.

O desenvolvimento com­plementar da vacina será com tecnologia do Butantan, in­cluindo a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalona­mento de doses e outras etapas.

A Doença de Newcastle é uma infecção que afeta aves e, por isso, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, permitindo eficiência produtiva num processo similar ao utiliza­do na vacina de Influenza. O ví­rus não causa sintomas em seres humanos, constituindo-se como alternativa muito segura na pro­dução. Ele é inativado para a for­mulação da vacina, facilitando sua estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro.

A iniciativa do novo imuni­zante faz parte de um consór­cio internacional do qual o Ins­tituto Butantan é o principal produtor, responsável por 85% da capacidade total, e tem o compromisso de fornecer essa vacina ao Brasil e aos países de baixa e média renda.

O Instituto Butantan en­viou na última sexta-feira (23) à Anvisa o protocolo de estudo clínico da Butanvac. Assim que autorizados pelo órgão regula­dor nacional, os estudos de fase 1 e 2 em humanos começarão imediatamente, com 1,8 mil vo­luntários. A fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir nove mil pessoas.

Postagens relacionadas

Educação de SP quer app de frequência

William Teodoro

Exposição traz réplicas da F1 

William Teodoro

Rodoviária espera por 38 mil pessoas

William Teodoro

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com