Tribuna Ribeirão
Cultura

Dom Quixote, por Drummond e Portinari

Por Marcio Dolzan

Miguel de Cervantes, Cândido Portinari e Carlos Drummond de Andrade são únicos, mas imagine reunir os três em uma mesma obra – e, de quebra, acompanhá-la ao som suave e aconchegante do compositor e violonista Norberto Macedo. Pois esta é a proposta do livro Dom Quixote Visto pelos Artistas Brasileiros Portinari e Drummond.

A obra é inspirada no livro D. Quixote: Cervantes, Portinari, Drummond, lançado em 1973 pela editora José Olympio. A versão que sai agora é bilíngue (português e espanhol) e amparada em um projeto gráfico moderno, feito por Lígia Melges. Marca dos novos tempos, um QR Code foi incluído e levará o leitor ao álbum Suíte Dom Quixote.

Inspirado no texto de Cervantes, nos desenhos de Portinari e nos poemas de Drummond, o tema musical foi composto por Norberto Macedo. É possível baixar as partituras e acompanhar o álbum no Deezer e no Spotify.

Portinari (1903-1962) já estava no fim da vida e sofria com a intoxicação causada pelas tintas que o acabaria matando quando recebeu, do editor José Olympio, a encomenda para ilustrar a segunda edição da primeira tradução brasileira de Dom Quixote de La Mancha. Os desenhos começaram a ser feitos em 1956 e, como não podia usar pincel, Portinari retratou o “cavaleiro da triste figura” com lápis de cor. O resultado das 21 ilustrações ficou tão impactante que motivou Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) a fazer um poema para cada uma delas. Para o poeta, o “Quixote portinariano enche de felicidade os olhos que o contemplam”. O livro só foi editado no final de 1972, depois da morte do artista.

Dom Quixote Visto pelos Artistas Brasileiros Portinari e Drummond faz parte do projeto Diálogo Cultural Brasil-Espanha. Além do livro, estão previstas duas exposições, um seminário internacional, palestras e oficinas para estudantes da rede pública de ensino. Devido à pandemia, contudo, ainda não há data definida para sequência da iniciativa.

Ao todo, dois mil exemplares do livro serão disponibilizados, dos quais 1,6 mil de forma gratuita para bibliotecas, museus e instituições culturais do Brasil. O projeto é organizado pela Associação Céu de Capricórnio, Projeto Portinari, Instituto Cervantes do Rio de Janeiro e Museus Castro Maya.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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