Tribuna Ribeirão
Economia

Arrecadação federal sobe 18,5%

MARCOS CORRÊA/PR

A recuperação da econo­mia no início do ano e recolhi­mentos atípicos de impostos fizeram a arrecadação federal bater recorde para meses de março, segundo informou a Receita Federal nesta terça-fei­ra, 20 de abril. No mês passado, o governo federal arrecadou R$ 137,932 bilhões em im­postos, contribuições e demais receitas, com alta de 18,49% acima da inflação em relação a março do ano passado.

De acordo com a Receita Federal, este é o maior valor arrecadado da série histórica para meses de março, com início em 1995. No primei­ro trimestre, a arrecadação federal somou R$ 445,9 bi­lhões, com alta de R$ 5,64% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em relação a março do ano passado. O resultado para os três primeiros meses do ano também é recorde.

A arrecadação federal ain­da não sentiu os efeitos da se­gunda onda da pandemia de covid-19. Isso ocorre porque a arrecadação do mês passa­do reflete os fatos geradores de fevereiro. Como os reflexos da atividade econômica na ar­recadação levam pelo menos um mês para serem sentidos, o agravamento da pandemia, que ocorreu a partir de março, deverá impactar as receitas do governo a partir de abril.

Tributos
Segundo dados da Recei­ta Federal, apenas em março, houve o recolhimento atípico de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contri­buição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de cerca de R$ 4 bilhões por algumas grandes empresas de diversos setores econômicos. Nos três primeiros meses do ano, esse tipo de recolhimento somou R$ 10,5 bilhões, contra R$ 2,8 bilhões no mesmo período do ano passado.

A arrecadação total de IRPJ e da CSLL subiu 44,84% acima do IPCA em março na comparação com o mesmo mês do ano passado. Além do recolhimento atípico dos cerca de R$ 4 bilhões, a alta foi influenciada pela melhora nos lucros de algumas gran­des empresas, que haviam estimado ganhos menores no início deste ano e tiveram de fazer a retificação na declara­ção de ajuste. Para as médias empresas, que declaram pelo lucro presumido, a arrecada­ção também aumentou.

A arrecadação do Progra­ma de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Fi­nanciamento da Seguridade Social (Cofins) subiu 27,75% acima da inflação. Apesar de as vendas de bens terem caí­do 1,9% e as de serviço terem recuado 2% em março, a alta de preços de produtos impor­tados e a redução de compen­sações tributárias (quando o empresário compensa preju­ízos com o abatimento dos tributos) mantiveram as re­ceitas em alta.

A alta do dólar, que se re­flete em preços mais altos em reais, também ajudou a im­pulsionar em 50,92% acima da inflação o recolhimento do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para mercadorias do exterior em março na comparação com março do ano passado. Mes­mo o valor em dólar das im­portações tendo caído 5,16%, na mesma comparação, a des­valorização do câmbio elevou a arrecadação em reais.

Ainda sem refletir o agra­vamento da pandemia, a ar­recadação do IPI sobre pro­dutos nacionais subiu 26,99% acima da inflação em março em relação ao mesmo mês de 2020. Isso ocorreu porque, em fevereiro (mês do fato ge­rador da arrecadação de mar­ço), a produção industrial ti­nha subido 1,27% em relação a fevereiro de 2020.

A arrecadação recorde em março superou as melhores expectativas da equipe eco­nômica e confirmou o ritmo de recuperação da economia no primeiro trimestre, diz o ministro da Economia, Pau­lo Guedes. Ele, no entanto, adverte que a segunda onda da pandemia de covid-19 pode impactar a atividade a partir do segundo trimestre. “Tivemos os melhores de­sempenhos arrecadatórios já registrados na série histórica, com aumentos reais expressi­vos”, afirma.

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