O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira, 20 de abril, que a imunização dos trabalhadores de transporte dos sistemas metroviário e ferroviário terá início em 11 de maio. Uma semana depois, no dia 18, será a vez dos motoristas e cobradores de ônibus municipais e intermunicipais. A categoria reúne cerca de 165 mil pessoas no estado.
Em relação ao transporte dos sistemas metroviário e ferroviário, estão na lista trabalhadores das áreas de segurança, manutenção, limpeza e agentes de estação na linha de frente com 47 anos ou mais, além de operadores de trens de todas as idades. O público estimado nessa categoria é de dez mil pessoas.
O público-alvo envolve profissionais de todo o estado, mas cada município é responsável por adequar as datas de acordo com os lotes de vacinas recebidos. Em Ribeirão Preto, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte Urbano e Suburbano de Passageiros (Seeturp) chegou a ameaçar com uma “greve relâmpago” marcada para esta terça-feira, que não aconteceu.
A entidade disse nas redes sociais que a paralisação seria um meio de reivindicar vacinação dos trabalhadores do setor contra o coronavírus. O Seeturp aguardava um posicionamento da prefeitura de Ribeirão Preto, após o governo de São Paulo anunciar que vai vacinar os trabalhadores do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em 15 de maio.
Porém, na noite de segunda-feira (19), ocorreu uma reunião com representantes do setor de transporte de todo o estado com o governo de São Paulo, quando foram definidas as datas da campanha para este público.
Nesta quinta-feira (22), a Câmara de Ribeirão Preto vai votar um projeto que inclui esses trabalhadores nos grupos prioritários. A proposta é de Sergio Zerbinato (PSB).
“Estamos esperando e sempre contamos com mais vacinas. Há alguma sinalização do Ministério da Saúde, mas contamos que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregará as suas vacinas e, portanto, estaremos cumprindo esse cronograma e avançando em faixas etárias”, afirma Regiane de Paula, coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização (PEI).
O Consórcio PróUrbano conta com 356 ônibus que cumprem 118 linhas em Ribeirão Preto. Antes da pandemia, empregava cerca de 800 motoristas. Segundo dados da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) disponibilizados no portal da companhia, em janeiro deste ano foram realizadas 2.144.470 viagens de ônibus na cidade, uma média de 71.482 por dia. Em função da pandemia do coronavírus, o transporte público tem operado com 80% da frota.
Questionada pelo Tribuna, a prefeitura de Ribeirão Preto respondeu por meio de nota. Informa que “a definição dos grupos a serem vacinados é do Ministério da Saúde através do PNI (Programa Nacional de Imunizações). Definido o grupo, o governo do Estado envia as vacinas aos municípios”, explica. “Se as decisões forem tomadas nessa direção, e enviadas as vacinas a este grupo, o município cumprirá. Enquanto isso, temos que aguardar”, diz o texto.
O juiz Fabrizio Sena Fusari, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, extinguiu sem resolução do mérito uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) que solicitava a manutenção de todos os horários das linhas do transporte coletivo durante a pandemia de coronavírus. A ação foi impetrada em abril de 2020 pelo promotor da Saúde Pública, Sebastião Sérgio da Silveira. Na época, ele questionou a superlotação dos ônibus do transporte coletivo na cidade.