Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Saída da LG do mercado de smartphones provoca greve de fornecedoras

Cerca de 400 funcionários de empresas fornecedoras da LG Electronics entraram em greve. Os profissionais da Blue Tech, Sun Tech e 3C decidiram paralisar as atividades após a empresa sul-coreana anunciar que vai encerrar a fabricação de celulares de todas as suas unidades espalhadas pelo mundo.

Além de a decisão da LG provocar o fechamento da divisão de celulares de sua unidade em Taubaté (SP) — colocando em xeque os cerca 400 postos de trabalho da fábrica — as fornecedoras também serão afetadas.

A lógica é simples: com o encerramento da fabricação de celulares, os cerca de 430 funcionários de Blue Tech, Sun Tech e 3C ficarão sem função — já que recebem matérias-primas da empresa sul-coreana, produzem os aparelhos e enviam para a unidade de Taubaté, no interior de São Paulo.

Greve de fornecedoras da LG teve início nesta terça-feira. Foto: Roosevelt Cássio/Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

A paralisação dos funcionários das fornecedoras da LG teve início na madrugada desta terça-feira, às 6h da manhã. Os protestos foram vistos nas plantas das empresas Blue Tech e 3C, em Caçapava, e Sun Tech, em São José dos Campos.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, uma nova reunião com as fornecedoras e com a LG deve acontecer ainda nesta terça. Durante a conversa, deverão ser discutidos os impactos aos trabalhadores e alternativas para minimizar os efeitos das demissões.

Fachada da empresa da LG
Medida global da empresa também vai afetar as operações em solo brasileiro. Foto: Michael Vi/Shutterstock

“A LG é responsável por cada posto de trabalho nessas fábricas. Vamos exigir, na luta e nos tribunais, que todos os direitos sejam garantidos. A terceirização, amplamente adotada pela empresa, tem como reflexo a precarização de direitos e insegurança jurídica”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves.

De acordo com a sede, o futuro dos trabalhadores que fabricam celulares para a companhia será definido a nível local. Uma nova reunião com representantes da LG de Taubaté (SP) deve ser realizada ainda nesta semana.

“Na primeira reunião [em 30/3], os representantes da empresa nos mostraram três cenários: a possibilidade de fechamento, reestruturação e venda do setor”, afirmou o presidente do Sindmetau, Cláudio Batista.

Mesmo com a saída do mercado de smartphones, a LG informou que vai continuar a venda dos aparelhos até o esgotamento dos estoques. O suporte também será fornecido durante algum tempo, a depender da região.

Fonte: Convergência Digital/Veja São Paulo/G1

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