O secretario municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, afirmou, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 1º de abril, no Palácio Rio Branco, sede da prefeitura de Ribeirão Preto, que, neste momento, a cidade não tem condições de abrir novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento de pacientes graves da covid-19.
O sistema de saúde para tratamento da covid-19 está à beira de um colapso em Ribeirão Preto, com quase 100% de ocupação dos leitos de UTI. Segundo Scarpelini, além da falta de novos respiradores não há profissionais habilitados disponíveis para trabalhar, mesmo que se novos equipamentos chegassem à cidade.
Scarpelini também afirma que o estoque de medicamentos disponível do município, que são utilizados no tratamento e na intubação, está limitado aos pacientes que estão internados. A ocupação de leitos de terapia intensiva em Ribeirão Preto estava em 97,6% às 19 horas desta quinta-feira, mesmo com a abertura de novas vagas.
Segundo a plataforma leitoscovid.org, havia pacientes internados em 282 das 289 disponibilizadas pelos onze hospitais da cidade e os dois Polos Covid-19. Apenas sete estavam desocupados. Na enfermaria, a taxa era de 86,1% no mesmo horário, com 261 dos 303 leitos ocupados – 42 livres.
No total, a cidade tinha 550 pacientes internados na noite de ontem. Apesar da abertura de novas vagas, o sistema trabalha no limite. O número de leitos é variável, muda a cada dia de acordo com a necessidade. Somando todos os hospitais públicos da cidade, a taxa de ocupação de UTI era de 99,3% às 19 horas, com pacientes em 146 dos 147 leitos disponíveis.
Na enfermaria, a taxa era de 94,3% (83 pessoas e 85 vagas). As unidades Campus e de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMR/USP), estavam com 94,4% dos leitos de terapia intensiva ocupados no mesmo horário desta quinta-feira.
Segundo a plataforma, as duas unidades do HC já teve 89 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e está com 72, sendo que 68 estavam ocupados. Na enfermaria já chegou a 52, mas agora tem 32, e ontem estava com 100% de ocupação.
Na Beneficência Portuguesa a taxa era de 83,3% na UTI (25 dos 30 leitos ocupados). Na enfermaria estava em 53,5% (43 vagas e 23 pacientes). A UTI da Santa Casa estava com 100% de ocupação, com as 22 vagas preenchidas. A enfermaria estava com 81,2% (16 vagas e 13 internados).
O Hospital Santa Lydia aumentou sua capacidade de assistência instalando mais quatro leitos de Unidade de Terapia Intensiva. Com a ampliação, passa a ter 39 leitos de UTI e 15 de enfermaria destinados a assistência e cuidados dos pacientes.
Ontem, a ocupação era 97,4% na UTI (38 das 39 vagas ocupadas) e de 86,7% na enfermaria (13 leitos ocupados de um total de 15). Ribeirão Preto tinha 19,53 de taxa de ocupação de leitos de UTI para cada 100 mil habitantes no dia 1º e no dia 2 disparou para 25,15. No dia 16 de março (16) chegou a 45,52 e em 26 de março estava em 62,09.