Desde que a pandemia do coronavírus chegou a Ribeirão Preto, em março do ano passado, o comércio da cidade já contabilizou duas grandes e longas paralisações determinadas pelas autoridades como forma de tentar conter o avanço da doença.
No ano passado, a maior foi nos meses de junho e julho. As outras, mais recentes, foram provocadas pelo retorno da cidade para a fase vermelha do Plano São Paulo, em fevereiro, e a implantação pelo governo do estado da fase emergencial há quinze dias em que apenas atividades consideradas emergenciais podem abrir as portas. Atualmente o comércio de rua e os shoppings continuam com as portas fechadas.
Com cerca de 100 mil empresas, sendo 32.275 estabelecimentos comerciais e 55.434 de
prestação de serviços, o setor produtivo da cidade não tem perspectivas animadoras em curto e médio prazo. Isso porque, o aumento do contágio, das mortes causadas pelo coronavírus, o baixo índice de distanciamento social registrado na cidade e a lentidão da vacinação estabelecida pelo Plano Nacional de Imunização têm agravado a crise econômica.
Dados do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ribeirão Preto (Sincomerciário) revelam que pelo menos cinco mil trabalhadores do setor foram demitidos desde o começo da pandemia. Entretanto, o total de demissões pode ser bem maior, já que trabalhadores contratados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) demitidos antes de completarem um ano do registro não precisam homologar a rescisão por meio do sindicato da categoria. Atualmente o Sincomerciário representa aproximadamente 25 mil trabalhadores.
Outro dado que ajuda a dimensionar o tamanho da crise pode ser constatado no total de atendimentos realizados pelo Departamento Jurídico e de Relações Sindicais da entidade. Por mês são realizados cerca de mil atendimentos que vão desde orientações até rescisões e a conferência de todos os cálculos para maior segurança do empregado e do empregador. A entidade tem ainda vários canais de comunicação como um jornal mensal, WhatsApp site e redes sociais.
Para a presidente da entidade, Regina Pessoti Zagretti, os prejuízos causados pela pandemia da covid-19, têm causado muita insegurança em função do encerramento de postos de trabalho e o aumento do desemprego em todos os setores da economia.
“Nossa grande perspectiva está na efetiva vacinação em massa da população e na retomada do Benefício Emergencial e do Auxílio Emergencial que com certeza trará algum alivio às pessoas mais necessitadas”, afirma.
O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEM) é um benefício financeiro concedido pelo Governo Federal aos trabalhadores que tiveram redução de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise causada pela pandemia do coronavírus.
Já o Auxílio Emergencial é um benefício criado para garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação mais vulnerável durante a pandemia da covid-19, já que muitas atividades econômicas foram gravemente afetadas pela crise.
De acordo com a presidente, o avanço da pandemia exigiu também das entidades sindicais vários posicionamentos econômicos e de contenção de custos. No caso do Sincomerciário foi necessária a adequação de espaço ocupado pela entidade, redução no quadro de funcionários e redução das mensalidades do clube social.
“Tudo para manter nossa postura, de enfrentamento e busca de soluções na defesa dos direitos da categoria”, conclui.
Central de relacionamento do Sincovarp fez oito mil atendimentos
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) não existem números oficiais e precisos sobre fechamento de empresas em Ribeirão Preto, até porque muitas apenas pausaram suas atividades até poder retomá-las quando o cenário permitir. O presidente do Sindicato, Paulo César Garcia Lopes prefere não ariscar um chute, mas afirma: “sabemos que foram muitas”, diz.
Apesar de não contabilizar os fechamentos, a entidade tem mensurado o tamanho da crise por meio da central de relacionamento criada em conjunto com a Câmara de Diretores Lojistas (CDL) no começo da pandemia. A central divulga informações oficiais sobre o varejo e sobre os desdobramentos da covid-19 junto ao setor.
Desde sua criação foram realizados mais de 8 mil atendimentos por meio de canais como telefone fixo direto, WhatsApp, e-mail, redes sociais ou pessoalmente na sede da entidade.
Também foi criado um grupo de WhatsApp para compartilhamento das informações em tempo real, que são abertos a qualquer lojista ou empresário.
“Olhando pro futuro, entendemos que vamos ter de aprender a conviver com o vírus. É viver um dia de cada vez tentando fazer o planejamento da forma que for possível. Enquanto isso, temos que tomar todos os cuidados, trabalhando e respeitando os protocolos”, afirma o presidente da entidade.
Sobre o não funcionamento, Lopes diz ser contrário a qualquer forma de fechamento do comércio, que, segundo ele, vem respeitando os protocolos à risca. “Entendemos que restringir horários de funcionamento não é inteligente porque é melhor diluir o movimento em mais horas do que aglomerar em menos horas”.
Acirp pede suspensão de impostos
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) está reivindicando junto a prefeitura a suspensão da cobrança de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS-QN) por causa dos efeitos das medidas restritivas impostas pela pandemia de coronavírus.
A Acirp também quer a suspensão das taxas de funcionamento e de publicidade para todos os estabelecimentos comerciais do município. Solicita ainda a isenção da cobrança desses tributos para os estabelecimentos que foram impedidos de funcionar por não serem atividades essenciais, bem como a elaboração de um programa de refinanciamento das dívidas do período com a administração pública (Refis).
Também quer a elaboração e divulgação de um plano de retomada que priorize os setores mais afetados e mais fragilizados pela crise sanitária, e se coloca à disposição para colaborar nesta estratégia. A entidade afirma que as dificuldades devem ser divididas e não apenas entre a classe produtiva da cidade.
Central de relacionamento do Sincovarp fez oito mil atendimentos
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) não existem números oficiais e precisos sobre fechamento de empresas em Ribeirão Preto, até porque muitas apenas pausaram suas atividades até poder retomá-las quando o cenário permitir. O presidente do Sindicato, Paulo César Garcia Lopes prefere não ariscar um chute, mas afirma: “sabemos que foram muitas”, diz.
Apesar de não contabilizar os fechamentos, a entidade tem mensurado o tamanho da crise por meio da central de relacionamento criada em conjunto com a Câmara de Diretores Lojistas (CDL) no começo da pandemia. A central divulga informações oficiais sobre o varejo e sobre os desdobramentos da covid-19 junto ao setor.
Desde sua criação foram realizados mais de 8 mil atendimentos por meio de canais como telefone fixo direto, WhatsApp, e-mail, redes sociais ou pessoalmente na sede da entidade.
Também foi criado um grupo de WhatsApp para compartilhamento das informações em tempo real, que são abertos a qualquer lojista ou empresário.
“Olhando pro futuro, entendemos que vamos ter de aprender a conviver com o vírus. É viver um dia de cada vez tentando fazer o planejamento da forma que for possível. Enquanto isso, temos que tomar todos os cuidados, trabalhando e respeitando os protocolos”, afirma o presidente da entidade.
Sobre o não funcionamento, Lopes diz ser contrário a qualquer forma de fechamento do comércio, que, segundo ele, vem respeitando os protocolos à risca. “Entendemos que restringir horários de funcionamento não é inteligente porque é melhor diluir o movimento em mais horas do que aglomerar em menos horas”.