João Camargo
O jornal Tribuna Ribeirão realizou um levantamento do número de casos de covid-19, de óbitos, da taxa de letalidade do vírus e da vacinação nos municípios da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. De acordo com essa apuração, foi constatado que, juntos, os 34 municípios já contabilizaram 97.925 casos do novo coronavírus. Além disso, foram registradas 2.661 mortes na região, gerando uma taxa de letalidade de 2,7 %.
Entre os municípios da Região Metropolitana, Ribeirão Preto se mostra como o líder de óbitos (1.444), seguido por Sertãozinho (195), Pontal (85), Jardinópolis (73) e Jaboticabal (72). Contudo, quando se é levado em conta a taxa de letalidade, quem lidera é Cravinhos (5,2 %). Na sequência, encontra-se Santa Cruz da Esperança (4,0 %), Jardinópolis (3,9 %), Barrinha (3,7 %) e Guatapará (3,7 %).
Entre os municípios que mais aplicaram vacinas na população estão Ribeirão Preto (87.247), Sertãozinho (12.570), Jaboticabal (10.496), Mococa (9.956) e Monte Alto (7.105). Em contraponto, os que menos vacinaram foram Santa Cruz da Esperança (313), Taquaral (344), Cássia dos Coqueiros (405), Guatapará (849) e Dumont (869).
Em todo o mundo, já foram registrados cerca de 124,7 milhões de casos do novo coronavírus, sendo aproximadamente 2,7 milhões de óbitos. No Brasil, foram contabilizados 12,1 milhões de casos e cerca de 298 mil mortes. Vale ressaltar que a taxa de letalidade nacional é de 2,5 %. Os dados foram retirados da atualização do dia 24 de março do Boletim do Estado de São Paulo, cujas fontes são o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) e Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Projeto S: Serrana vacina quase 28 mil moradores
O município de Serrana foi alvo de um estudo clínico realizado pelo Instituto Butantan — intitulado Projeto S — que busca avaliar a eficiência da vacinação no que se refere à transmissão do vírus, redução de carga do sistema de saúde, bem como outros efeitos indiretos da vacinação na economia, na circulação de pessoas e na aceitação da vacinação, por exemplo.
De acordo com informações disponibilizados na página do projeto, esse tipo de estudo tenta reproduzir a introdução do imunizante na população, conferindo o efeito em todo o município. A cidade foi a escolhida com base em três critérios:
– Ser um município pequeno;
– Possuir taxa de infecção elevada para que o efeito de vacinação fosse avaliado mais rapidamente;
– Estar próximo ou conter um centro de pesquisa.
Serrana foi escolhida por reunir os três fatores e ter números elevados de Covid-19 comparados a todos os municípios do entorno. Na oportunidade, foi realizado um mapeamento para obter um entendimento não só geográfico, como também social das áreas de Serrana e analisar o nível de aceitação da vacina.
A imunização da população adulta de Serrana teve início em 17 de fevereiro e vacinou, ao final da aplicação da primeira dose da vacina do Butantan, 97,3% dos inscritos no estudo clínico. Foram imunizados 27.619, dos 28.380 voluntários.
No dia 17 de março, teve início a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 nos voluntários do estudo. De acordo com o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o Projeto S vai entrar na história da saúde pública. “A contribuição do Projeto S vai ficar na História: na história do Butantan, na história do Brasil e na história da ciência mundial”, disse.
A previsão é que as primeiras respostas possam ser obtidas em meados de maio, algumas semanas após o final da aplicação da segunda dose da vacina do Butantan contra a Covid-19 na população de Serrana, que se encerra em 11 de abril.