Tribuna Ribeirão
Política

Câmara pode aprovar regras para lockdown

JF PIMENTA/ARQUIVO

A Câmara de Vereadores deve votar, na sessão desta quin­ta-feira, 25 de março, projeto de lei de Gláucia Berenice (DEM) que estabelece uma espécie de “freio” em relação aos decretos de “lockdown” em Ribeirão Pre­to. A proposta determina que, antes de a prefeitura adotar este tipo de medida, seja realizada audiência pública com os setores produtivos da cidade.

A proposta está na pauta da sessão e só não irá ao plenário se a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) do Le­gislativo não emitir parecer ou considerar o projeto inconsti­tucional. Segundo a democra­ta, fica proibido no município a decretação de “lockdown” ou medida equivalente em decorrência da pandemia de covid-19, sem audiência com representantes dos segmentos afetados e sem anúncio públi­co prévio para conhecimento de toda a sociedade.

A audiência deverá ser realizada com no mínimo 48 horas de antecedência de qualquer determinação de fe­chamento de estabelecimentos comerciais, industriais ou de serviços.Também deverão ser convocados para reunião, no mínimo, os representantes dos empregados e empregadores dos setores de alimentação, restaurantes, bares, turismo, hotelaria, lojistas, profissionais liberais e de shopping centers.

A vereadora propõe ainda que a reunião deverá ser grava­da e transmitida em tempo real via rede mundial de computa­dores (internet), possibilitando a participação dos represen­tantes virtualmente. Caso essas exigências não sejam cumpri­das, o prefeito, no caso Duarte Nogueira (PSDB), poderá ser processado por ato de impro­bidade administrativa.

A urgência para votação foi aprovada na sessão de terça­-feira, 23 de março. Entretanto, apesar da aprovação do pedido, vários vereadores afirmaram que se a proposta receber pare­cer favorável da CCJ e for levada para votação em plenário, vo­tarão contrários ao projeto por considerá-lo inconstitucional.

Segundo eles, a competência de decretar “lockdown” é exclu­siva do prefeito e não necessita da realização de audiência públi­ca. Caso seja aprovado, ainda vai depender da sanção do prefeito Duarte Nogueira. Se a Câmara promulgar a lei em caso de veto, o caso pode acabar no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP)

Entre dos dias 17 e 21 de março, os ribeirão-pretanos conviveram com o primeiro “lockdown” de sua história de quase 165 anos. Muita gente re­clamou que o prefeito anunciou a medida restritiva em cima da hora, no dia 16. Houve um cor­re-corre aos supermercados, com muita aglomeração.

Segundo o secretário muni­cipal da Saúde, Sandro Scarpe­lini, o resultado do “lockdown” começará a ser constatado em 15 dias, período médio de ma­nifestação do coronavirus após a contaminação. Ou seja, a dimi­nuição de contágio em função do isolamento social deste pe­ríodo poderá ser constatada na primeira quinzena de abril.

Segundo o Sistema de Mo­nitoramento Inteligente (Simi­-SP) do governo de São Paulo, que acompanha 104 municípios com mais de 70 mil habitantes, a taxa de isolamento social em Ribeirão Preto, que havia ficado em 50% nos dois primeiros dias de “lockdown” na cidade, nos dias 17 e 18 de março, caiu para 48% na sexta-feira (19).

No sábado (20) subiu para 51% e no domingo (21), último dia de restrições radicais, atin­giu o maior índice deste ano, de 55%. A taxa de isolamento social em Ribeirão Preto era de 43% na segunda-feira (22) e subiu para 44% na terça-feira (23). O ideal, segundo a Organização Mun­dial de Saúde (OMS), é de 70%.

Atualmente, Ribeirão Pre­to está na fase emergencial do Plano São Paulo, assim como os outros 644 municípios paulistas. Todos permanecerão nesta fai­xa até 30 de março. O toque de recolher continua valendo das 20 horas às cinco da manhã do dia seguinte durante a semana e das oito da noite deste sábado (27) até as cinco da manhã de segunda-feira, dia 29.

Durante o “lockdown”, su­permercados, varejões, pada­rias, açougues, bancos, casas lotéricas, lojas de material para construção e de conveniên­cia fecharam. O transporte coletivo urbano foi suspenso. Mesmo na fase emergencial, o comércio tradicional de rua e dos quatro shopping centers de Ribeirão Preto permanece de portas fechadas, mas pode trabalhar com “delivery”.

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