Ribeirão Preto, conhecida por ser uma cidade de serviços, consolida cada vez mais esta sua vocação. Estudo realizado pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) aponta que, nos últimos seis anos, o município registrou uma evolução na geração de empregos pelo setor de serviços, que sempre prevaleceu sobre os demais.
Os dados mostram que a prestação de serviços concentra mais de 50% da força de trabalho, com um crescimento médio de 1,2% ao ano. Por outro lado, o estudo aponta que a indústria vem perdendo espaço nas contratações. O setor concentra menos de 10% da força de trabalho e registra uma queda média na empregabilidade de 3,6% ao ano.
Em contrapartida à diminuição dos postos de trabalho no setor industrial, o levantamento indica mais eficiência na produtividade. “As indústrias instaladas têm diminuído a necessidade de mão de obra, mas têm aumentado sua contribuição no PIB (Produto Interno Bruto) do município em uma média de 8,87% ao ano”, aponta Renan Rocha, assessor de Relações Institucionais da Acirp.
A Região Metropolitana de Ribeirão Preto também vem ganhando espaço no ranking estadual de VTI (Valor de Transformação Industrial) devido à desconcentração da atividade industrial, movimento provocado pela saída das indústrias dos grandes centros e consequente migração para as regiões do interior.
“Em 2003, a participação da região metropolitana era de 2,5% e chegou a 3,1% em 2016. No ranking de contribuição na arrecadação estadual do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), principal imposto relacionado à produção industrial, Ribeirão Preto saltou da 41º posição em 2019 para a 35° em 2020, um aumento de 15,84% em plena pandemia”, explica Rocha.
Com relação à participação no Produto Interno Bruto – a soma de todos os bens e serviços produzidos –, apesar da indústria ter registrado leve aumento de 2014 para 2018, passando de 11,49% para 12,51%, isso representa menos de um quinto da composição do Valor Agregado Bruto (VAB).
“Os setores de comércio e serviços detém 87% de participação, o que reforça o posicionamento do município como uma economia voltada para serviços”, conclui Rocha. Apesar da pesquisa da Acirp, o setor industrial obteve o melhor resultado em relação à geração de empregos no ano passado.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, em Ribeirão Preto, o setor de serviços registrou 49.351 contratações e 50.162 rescisões no ano passado, déficit de 811 empregos formais.
O comércio fechou o ano com saldo negativo de 639 postos de trabalho, fruto de 23.863 admissões e 24.502 demissões. Já a indústria admitiu 7.662 trabalhadores e demitiu 6.901, com saldo positivo de 761 empregos formais.
A construção civil fechou o ano passado com superávit de 417 carteiras assinadas, fruto de 7.834 admissões e 7.417 demissões.
Outro estudo feito pelo Instituto de Economia da Acirp mostra que Ribeirão Preto vem se tornando uma cidade majoritariamente de serviços. No primeiro trimestre de 2019, o setor contava com 31.731 empresas na cidade, 3,9% a mais que a quantidade de estabelecimentos comerciais (30.538) contabilizadas no período.
São 1.193 estabelecimentos prestadores de serviços acima das lojas comerciais, em grande parte resultado da crise do emprego que assolou a cidade entre 2015 e 2016 e começou a mostrar recuperação em 2017, mas voltou a cair com a pandemia de coronavírus.