O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial de preços no país, ficou em 0,86% em fevereiro deste ano, taxa superior ao 0,25% registrado em janeiro deste ano e em fevereiro do ano passado. Essa é a maior alta para o mês desde 2016 (de 0,90%).
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 11 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula taxas de inflação de 1,11% no ano e de 5,2% em doze meses. O índice fechou o ano passado com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016.
O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. O principal responsável pela alta da inflação em fevereiro foi o grupo transportes, que registrou variação de 2,28% no mês, puxada principalmente pela gasolina (7,11%).
O derivado de petróleo, sozinho, respondeu por quase metade da inflação em fevereiro, 0,36 ponto percentual da taxa de inflação de 0,86% do mês passado, cerca de 42% do IPCA. A alta do grupo transportes representa um impacto de 0,45 ponto percentual sobre o IPCA. Os preços dos combustíveis aumentaram 7,09% em fevereiro. “A gasolina subiu quase 28% em nove meses. Lembrando que é o item de maior peso no IPCA”, diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Também foram observadas altas de preços no etanol (8,06% e impacto de etanol 0,05 ponto), óleo diesel (5,40%), gás veicular (0,69%), automóveis novos (0,55%), veículos usados (0,71%), pneus (1,26%) e ônibus urbano (0,33%). Com os resultados de fevereiro, os combustíveis acumulam alta de 28,44% nos últimos nove meses.
Outro grupo que contribuiu para a inflação do mês foi educação, com alta de 2,48%, o equivalente a um impacto de 0,15 ponto percentual. O maior impacto partiu dos cursos regulares, com avanço de 3,08%, uma contribuição de 0,14 ponto percentual. As maiores elevações de preços ocorreram na pré-escola (6,37%), ensino fundamental (4,92%) e ensino médio (4,45%), mas também houve aumentos no ensino superior (0,94%) e curso técnico (0,91%).
Também registrou inflação o grupo alimentação e bebidas (saiu de alta de 1,02% em janeiro para 0,27%), com contribuição de 0,06 ponto para a taxa de 0,86% do IPCA no mês. Porém, foi o terceiro mês consecutivo de desacelaração. Em fevereiro, a alimentação no domicílio subiu 0,28%. Houve redução nos preços da batata-inglesa (-14,70%), tomate (-8,55%), leite longa vida (-3,30%), óleo de soja (-3,15%) e arroz (-1,52%).
Por outro lado, houve aumento de preços na cebola (15,59%) e nas carnes (1,72%). A alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 0,91% em janeiro para 0,27% em fevereiro. O lanche fora de casa subiu 0,11% em fevereiro, depois de um aumento de 1,83% em janeiro.
O grupo alimentação e bebidas acumula uma alta de 15% em doze meses. Também registraram alta de preços em fevereiro os grupos saúde e cuidados pessoais (0,62%), habitação (0,40%), artigos de residência (0,66%), vestuário (0,38%) e despesas pessoais (0,17%). Comunicação, com queda de preços de 0,13%, foi o único grupo a apresentar deflação.
A contribuição do grupo habitação foi de 0,06 ponto. O gás de botijão subiu 2,98%, o nono mês consecutivo de aumentos, contribuindo com 0,03 ponto para o IPCA. O gás encanado ficou 2,68% mais caro. Por outro lado, a energia elétrica caiu 0,71%, uma contribuição negativa de 0,03 ponto para a inflação.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,82% em fevereiro, após um avanço de 0,27% em janeiro, segundo o IBGE. Com o resultado, o índice acumula elevação de 1,09% no ano. A taxa em doze meses ficou em 6,22%. Em fevereiro de 2020, o INPC tinha sido de 0,17%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos (de R$ 1.100 a R$ 5.500) e chefiadas por assalariados.
Sinapi
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou inflação de 1,33% em fevereiro deste ano. A taxa, menor que a de janeiro (1,99%), teve em fevereiro sua primeira queda, já que apresentava aumento desde julho de 2020. Já acumula inflação de 3,35% no ano e de 13,22% em doze meses. Os materiais de construção sofreram alta de preços de 2,35%. Já a mão de obra teve variação de preços de 0,02%.