De março de 2020 até fevereiro deste ano, o varejo paulista sofreu uma queda de 14,2% nas vendas, de acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP). O balanço realizado pela entidade, com a participação das principais CDLs, aponta que a instabilidade do Plano SP, a falta de um planejamento seguro em apoio aos lojistas e a insegurança do consumidor contribuíram, significativamente, para o cenário.
As fases mais restritivas do plano São Paulo determinam a redução no horário de funcionamento e capacidade do local, e até o fechamento total das lojas. Para os empresários, manter o volume de vendas mesmo de portas fechadas é um dos principais desafios apresentados pela pandemia de covid-19, segundo o balanço da FCDLESP.
O reflexo deste cenário está no setor de serviços, segundo os comerciantes. Cerca de 57% dos respondentes afirmam que o setor foi o mais prejudicado com as medidas adotadas em São Paulo. “Acreditamos que o fechamento total das lojas, sem apoio financeiro, não é a melhor solução”, diz o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.
“É essencial que os estabelecimentos reforcem as medidas sanitárias para o combate da pandemia de Covid-19, mas os pequenos e médios empresários devem ter apoio por parte do governo estadual”, alerta o presidente da FCDLESP.
Em 2020, os lojistas apontam que o Dia das Mães foi a data sazonal que mais contribuiu para o declínio do percentual de vendas, conforme apontam as CDLs da região metropolitana da cidade, interior e litoral. Em paralelo ao cenário negativo das vendas, segundo a mesma pesquisa, o Natal foi a principal data que colaborou para o equilíbrio do setor varejista.
Para 92,8% dos lojistas, o auxílio emergencial ajudou o setor varejista a se manter minimamente ativo nos últimos doze meses. De acordo com a pesquisa da FCDLESP, os empresários acreditam que o benefício movimenta a economia e favorece o consumo. Além do auxílio emergencial, como medida para manter estabelecimentos, o governo estadual lançou o programa pacote emergencial – liberação de crédito para bares e restaurantes.
Cerca de 78,6% dos respondentes da pesquisa afirmam que o valor disponibilizado não é o suficiente para ajudar o setor e deveria ser liberado para as demais áreas do varejo. Como forma de manter parte dos lucros, muitos estabelecimentos adotaram o modo de venda no ambiente digital. O resultado deste processo foi a alta demanda do e-commerce.
Os empresários acreditam que com o comércio fechado, os consumidores optaram por realizar as compras de modo online. Para um cenário positivo nas vendas de 2021, os comerciantes consideram que os donos dos estabelecimentos devem oferecer entrega de produtos a domicílio e mais flexibilização nas formas de pagamento. Além disso, segundo os dados da mesma pesquisa, é essencial investir na fidelização do cliente e oferecer atendimento exclusivo.