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RP pode criar auxílio emergencial

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

Ribeirão Preto estuda a possibilidade de criar uma es­pécie de auxílio emergencial para a população afetada pela pandemia do novo coronaví­rus. A proposta é do presiden­te da Câmara de Vereadores, Alessandro Maraca (MDB), e está sendo discutida com o prefeito Duarte Nogueira (PSDB). Uma reunião sobre o assunto foi realizada na sema­na passada.

Pela proposta, os recursos financeiros seriam viabiliza­dos para a prefeitura de Ri­beirão Preto com a devolução antecipada pela Câmara de parte do duodécimo a que ela tem direito. O valor que deve ser disponibilizado e quem teria direito ao benefício ain­da não foram definidos.

O repasse de recursos feito pelo Executivo ao Legislativo, chamado de duodécimo, é usa­do para custear todas as despe­sas das câmaras municipais. A partir deste ano, a Casa de Leis de Ribeirão Preto receberá per­centualmente menos recursos do que no ano passado.

No ano passado, os inte­grantes da Mesa Diretora, pre­sidida por Lincoln Fernandes (PDT), que deixou o cargo em 31 de dezembro, decidiu redu­zir o percentual de 4,5% sobre as receitas correntes do muni­cípio a que tem direito consti­tucionalmente para 3,79%.

Com a redução solicitada pelo Legislativo. O repasse cons­titucional previsto na Lei de Di­retrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, de R$ 69.907.999, de­verá cair para R$ 65.437.999,00 milhões. A Câmara de Ribeirão Preto devolveu R$ 23,8 milhões para a Secretaria Municipal da Fazenda em 2020.

Em 2019, a devolução foi de R$ 17,7 milhões. Em toda a le­gislatura passada (2017-2020), cerca de R$ 74,9 milhões vol­taram aos cofres da prefeitura de Ribeirão Preto por meio de devoluções feitas pelo Legisla­tivo. Neste ano o custo da Casa com pessoal deve cair, já que o número de vereadores caiu de 27 para 22 – consequen­temente, também há menos gabinetes e assessores.

Na macrorregião, a cidade de Franca aprovou, na semana passada, a criação de um auxílio emergencial de R$ 300 que será ofertado por três meses para a população em situação de risco. Na última quinta-feira (4), tam­bém foi protocolado na Câmara de Ribeirão Preto um projeto de lei que autoriza a prefeitura a criar um auxilio emergencial.

De autoria do vereador Ra­mon Faustino (Psol), a proposta estabelece que, caso seja aprova­da pelos vereadores e sancionada pelo prefeito Duarte Nogueira, seja beneficiado quem estiver enquadrado nos critérios esta­belecidos pelo Cadastro Único do Programa Bolsa Família. O projeto ainda depende de pa­recer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Reda­ção (CCJ) para ser votado em plenário. Não há data prevista para isso acontecer.

O pagamento do auxílio emergencial injetou R$ 565,7 milhões em Ribeirão Preto, desde o início da pandemia de coronavírus e até 21 de dezem­bro, segundo dados do Portal da Transparência do Ministério da Cidadania. Na cidade, 172.400 pessoas foram beneficiadas.

Governo federal
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta se­gunda-feira, 8 de março, que o valor médio do novo auxílio emergencial deve ser de R$ 250 por pessoa. A expectativa é que o valor comece a ser pago ainda neste mês, com a aprova­ção da Proposta de Emenda à Constituição 186/2019, a cha­mada PEC Emergencial. O texto possibilita o pagamento do auxílio com créditos extra­ordinários sem ferir o teto de gastos públicos.

De acordo com Guedes, a decisão sobre a amplitude do auxílio emergencial é do Mi­nistério da Cidadania. “Nós [Ministério da Economia] só fornecemos os parâmetros básicos”, disse o ministro. Se­gundo ele, o valor para mulher chefe de família monoparental deve ser de R$ 375 e, no caso de homem, de R$ 175. “Se for casal, já são R$ 250”, informou.

O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para aten­der pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro em até quatro parce­las de R$ 300 ou R$ 600 cada.

Tiveram direito aos repas­ses, obedecendo a uma série de critérios econômicos e sociais, integrantes do Bolsa Família, cidadãos incluídos no Cadas­tro Único (CadÚnico), além de trabalhadores informais, con­tribuintes individuais do Insti­tuto Nacional do Seguro Social (INSS) e microempreendedo­res individuais que solicitaram o benefício por meio de pla­taformas digitais ou aplicativo da Caixa Econômica Federal.

O Senado aprovou, na quinta-feira (4), em segundo turno, o texto da PEC Emer­gencial, que cria mecanismos de ajuste fiscal e permite a reto­mada do pagamento do auxílio emergencial durante a pande­mia de covid-19. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a votação na Casa vai começar nesta terça-feira (9).

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