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As sondas de Marte

O mês de fevereiro de 2021 entra para a história da conquis­ta espacial: três sondas terrestres acabam de chegar ao planeta Marte. A Hope, dos Emirados Árabes Unidos já está em órbita, onde permanecerá um ano marciano ( 687 dias nossos ), cole­tando fotos. A Tianwen-1, da China, permanecerá em órbita até maio ou junho deste ano, quando tentará descer no planeta. E a Perseverance, da NASA, desceu na superfície vermelha, liberan­do seu rover – veículo especial para se mover na superfície –, levando também um drone para ser testado na pouca atmosfera do planeta vizinho.

Vizinho é modo de dizer, pois Marte se encontra a 230 milhões de quilômetros da Terra ou 440 dias de viagem, uti­lizando-se a tecnologia atual e as forças de atração e repulsão. O motivo de as três sondas chegarem todas no mesmo mês deve-se a uma janela de aproximação do planeta, que se encontra no ponto mais perto da Terra.

Quando vejo estas conquistas do gênio humano, penso sempre nas grandes navegações do final da Idade Média, que, da mesma maneira do que hoje, lançaram o homem em busca do desconhecido. Portugal foi o grande promotor destas desco­bertas. Em fevereiro de 1387, D. Filipa de Lancaster, princesa da Inglaterra, casou-se com o rei português D. João I, trazendo para a rude corte lusitana os costumes cosmopolitas da corte inglesa. Educada, sabendo ler e escrever, convenceu o rei português de que seus filhos Duarte, Pedro, Henrique e Fernando deveriam receber uma educação primorosa e prepara-los para marcar a história de Portugal. Formaram a Ínclita Geração.

Fernando Pessoa transformou-a em tema de uma de suas poesias: D. Philippa de Lencastre. Que enigma havia em teu seio / Que só gênios concebia ? /Que arcanjo teus sonhos veio / Velar, maternos, um dia ?/ Volve a nós teu rosto sério? / Princesa do Santo Gral, / Humano ventre do Império / Ma­drinha de Portugal!

Ao Infante D. Henrique foi dada a glória de operacionalizar as navegações. De sua Escola de Sagres ( não havia um prédio, assim era chamado o grupo de pessoas que abraçava o ideal de conquistas ), analisando tecnologias europeias e árabes, lançou as primeiras expedições com destino à África. Foram bordejan­do o continente africano, devagar, destemidos, até chegarem e transporem o terrível Cabo das Tormentas, na ponta do conti­nente, que havia ceifado muitas vidas, mas que receberia o novo nome da Cabo da Boa Esperança. Cristóvão Colombo, apoiado pelos reis espanhóis, chega às Américas em 1492 . E Vasco da Gama, em 1498, chega às Índias, abrindo um mercado gigante para as especiarias vendidas por Portugal na Europa e enchendo as burras do reino.

Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil e a América do Sul, esta já dividida entre as duas potências então existentes: Portugal e Espanha. A chegada ao Novo Mundo muda radical­mente o equilíbrio de forças existente na Europa e abre o mundo para uma nova realidade a ser explorada e conquistada. Não fosse a coragem dos portugueses e espanhóis e dos que a eles se juntaram, não teríamos uma civilização como temos hoje. Daí a importância de descobrirmos novos mundo, anseio antiquíssi­mo na raça humana.

Os resultados desta chegada a Marte demorarão para serem analisados e entendidos pelos especialistas, para só depois serem espalhados para o conhecimento da humanidade. Mas, é um grande feito que mostra o desenvolvimento tecnológico do homem de hoje.

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