Everton Sylvestre
Agência Estado
O “lockdown total” deixou as ruas desertas em Araraquara nesta segunda-feira, 22 de fevereiro. Bancos estão fechados, supermercados só atendem por “delivery” e blitze na cidade abordam os poucos carros em circulação para cobrar documento justificando por que as pessoas saíram de casa.
As restrições mais rígidas, em vigor desde o meio-dia de domingo (21), vão durar 60 horas, até as 23h59 desta terça-feira (23), e foram impostas pela prefeitura diante da escalada de casos de covid-19. Em Araraquara, a 90 quilômetros de Ribeirão Preto, 98% dos leitos hospitalares estão ocupados.
Já a média de mortes pela doença ficou em 14,5 a cada 100 mil habitantes nas duas últimas semanas – o dobro do índice do Estado, de 7,2. Nas primeiras 12 horas de “lockdown total”, 195 veículos foram abordados em blitze da fiscalização. Dezenove pessoas foram autuadas e têm dez dias para justificar a saída de casa ou podem ser multadas.
As multas previstas no decreto são de R$ 120 para pessoa física e de R$ 6 mil para empresas que descumprirem as regras. Na Rodovia Antonio Machado Sant’Anna (SP-255), que liga a cidade a Ribeirão Preto, o trânsito foi pequeno ontem, com predominância de caminhões e algumas ambulâncias.
Em 2020, Araraquara chegou a ser reconhecida por ter a taxa mais baixa de letalidade do Estado entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. Foram 92 mortes no ano passado. Só nos últimos sete dias, no entanto, a cidade registrou 24 óbitos. O Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP confirmou, ainda, doze amostras da cepa brasileira da covid-19, inicialmente identificada em Manaus, no município paulista.